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Plano Safra: Haddad quer aval do TCU para liberar crédito suspenso por falta de orçamento
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O orçamento de 2025 ainda não foi aprovado pelo Congresso, e taxa Selic mais alta vem encarecendo o programa. Linhas de crédito para a agricultura familiar foram mantidas, diz governo.
- Por Camilla Ribeiro
- 21/02/2025 13h22 - Atualizado há 2 semanas
Na próxima semana, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, deve acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) em busca de um aval para manter os pagamentos do Plano Safra 2024/2025, maior programa de crédito rural do país, que inclui linhas para pequenos, médios e grandes produtores.
As linhas que oferecem crédito para produtores maiores foram suspensas nesta quinta-feira (20). As linhas para a agricultura familiar, seguem ativas, de acordo com o governo.
Isso ocorreu porque o governo e Congresso ainda não chegaram a um acordo para aprovar o Orçamento de 2025.
Diante disso, o Executivo só pode gastar, por mês, o equivalente a 1/12 do previsto para o ano inteiro na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O Plano Safra é um programa de crédito que oferta dinheiro com juros. Dessa forma, o custo muda quando a taxa de juros do país sobe, o que ocorreu em janeiro e nos meses anteriores.
Em abril de 2024, quando a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi enviada ao Congresso, a Selic estava em 10,75%. Atualmente, está em 13,25% ao ano.
De acordo com o Ministério da Fazenda, Haddad "encaminhará ofício ao Tribunal de Contas da União em busca de respaldo técnico e legal para a imediata retomada das linhas de crédito com recursos equalizados do Plano Safra 24/25".
No total, o Plano Safra para este ano prevê o crédito com o valor de R$ 400 bilhões para médios e grandes produtores, o governo não informou quanto já foi contratado. Há outros R$ 85,7 bilhões para a agricultura familiar.
'Supersafra' e inflação dos alimentos
Após instabilidade climática e quebras de safra em 2024, o Brasil deve colher uma "supersafra" de grãos nos próximos meses.
DE acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, o volume colhido deve ser 8,2% maior em 2025, na comparação com o ano passado.
Caso essa projeção seja confirmada, a colheita baterá o recorde histórico. O número inclui produtos que vão diretamente para a mesa dos brasileiros, como arroz, feijão e milho, e a soja, usada para a ração animal e impacta no preço das carnes.
Pesquisadores declaram que uma supersafra ajuda, mas não deve gerar impacto imediato na inflação dos alimentos, uma das principais preocupações do país nos últimos meses.