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Segundo ministro das Comunicações, governo está na tentativa de aprovar taxação das big techs no Congresso
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Essa medida é uma tentativa de criar uma cobrança específica para empresas de tecnologia que atuam no Brasil, tanto para ampliar a arrecadação quanto para incentivar investimentos na infraestrutura digital do país.
- Por Camilla Ribeiro
- 04/03/2025 15h33 - Atualizado há 4 dias
Nesta segunda-feira (4), o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, afirmou que o governo federal vai trabalhar para aprovar no Congresso, ainda neste ano, a taxação das big techs, como Google, Apple, Meta e Amazon.
Essa medida busca criar uma cobrança específica para empresas de tecnologia que atuam no Brasil, tanto para ampliar a arrecadação quanto para incentivar investimentos na infraestrutura digital do país.
Esse projeto já estava sendo discutido com o Ministério da Fazenda desde o ano passado, porém não teve avanço por conta do foco do governo na aprovação da reforma tributária.
Com o orçamento de 2025 prevendo dificuldades para atingir a meta fiscal, a proposta volta à pauta como uma possível solução para reforçar o caixa
“Esse tema já foi retomado neste ano. Tivemos reuniões com o ministro Fernando Haddad e sua equipe, e eles têm colocado como uma prioridade. Vamos avançar no Congresso após o Carnaval, com apoio da ministra Gleisi Hoffmann na articulação política”, disse Juscelino Filho.
De acordo com o ministro, o objetivo não é apenas arrecadatório. O governo almeja que as gigantes da tecnologia também contribuam para expandir a infraestrutura digital e reduzir desigualdades no acesso à internet no Brasil.
“Essas empresas desempenham um papel crucial no nosso futuro digital. Queremos que participem do esforço de inclusão digital e de melhorias na infraestrutura de telecomunicações”, defendeu Juscelino.
A OCDE estima que um acordo global para taxar big techs poderia gerar entre US$ 17 bilhões e US$ 32 bilhões em receitas por ano. O potencial de arrecadação no Brasil ainda está em análise.
Após o carnaval, o governo deve iniciar a articulação política. De acordo com Juscelino, o ambiente no Congresso é desafiador, mas a ideia é apresentar um texto com mais pontos de consenso para reduzir resistências tanto entre parlamentares quanto entre as próprias plataformas.
A pressão nas contas públicas
O debate sobre a taxação das big techs ganhou força com a apresentação do orçamento de 2025, que projeta um déficit de R$ 40,4 bilhões e enfrenta forte pressão de despesas obrigatórias, como Previdência e benefícios sociais.
Se as receitas previstas não ocorram, a Fazenda avalia propor a tributação como forma de compensação fiscal.
Do lado da taxação das big techs, também está em estudo a implementação do chamado Pilar 2 da OCDE.
Esse projeto prevê uma tributação mínima global de 15% para multinacionais em todos os setores, e não apenas as gigantes da tecnologia.