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Brasil só irá se manifestar sobre tarifas após 'decisões concretas' de Trump, diz Haddad
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Nesta segunda-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo vai esperar "decisões concretas" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de anunciar qualquer resposta a um eventual aumento de tarifas.
- Por Camilla Ribeiro
- 10/02/2025 15h07 - Atualizado há 1 mês
Nesta segunda-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo vai esperar "decisões concretas" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de anunciar qualquer resposta a um eventual aumento de tarifas.
Nesta segunda-feira (10) Trump pode anunciar tarifas de 25%, sobre todas as importações de aço e alumínio.
De acordo com dados do Departamento de Comércio americano, em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para Estados Unidos ficando apenas atrás do Canadá.
De acordo com o governo brasileiro, em 2023, os EUA compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço.
"O governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos. Então o governo vai aguardar a decisão oficialmente, antes de qualquer manifestação", afirmou Haddad.
Ao ser questionado sobre uma eventual retaliação com a taxação das big techs, em sua maioria, empresas americanas, Haddad disse que aguardará a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois das "medidas efetivamente implementadas".
O presidente Lula havia adiantado, no fim de janeiro, que, se o governo dos EUA criasse ou elevasse qualquer tarifa sobre produtos brasileiros, haveria "reciprocidade", ou seja, aumento da taxação o Brasil para importar produtos norte-americanos.
"É muito simples. Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade", diz Lula naquele cenário.
Em seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre importação de aço e 10% sobre as de alumínio.
Naquele cenário, o Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, declarou que a taxação levaria ao desligamento de fornos e demissões
Entretanto, logo depois, Trump revogou as tarifas dos produtos brasileiros e dos de outros parceiros comerciais como Canadá, México, União Europeia e Reino Unido.