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Segundo IPCA, preços apresentam alta de 1,31% em fevereiro, maior patamar para o mês em 22 anos
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O crescimento da inflação no mês foi puxada, sobretudo, pelos grupos de Educação, Habitação e Alimentação e bebidas.
- Por Camilla Ribeiro
- 12/03/2025 23h01 - Atualizado há 1 dia
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aponta que os preços subiram 1,31% em fevereiro, de acordo com dados que foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desde 2023, esse foi o maior patamar do IPCA para um mês de fevereiro, há 22 anos e o maior patamar do IPCA desde março de 2022, período em que os preços subiram 1,62%.
Esse resultado indica uma forte aceleração da inflação com relação ao mês de janeiro, quando a alta foi de 0, 16%. Dessa forma, no acumulado do ano no primeiro bimestre, o IPCA acumula alta de 1,47%.
Porém, no acumulado em 12 meses, a inflação apontou um avanço de 5,06%, maior nível desde setembro de 2023, quando o acumulado foi de 5,19%.
Esse número se encontra acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central do Brasil (BC), que é de 3% para a inflação anual, e será considerada cumprida se ficar em um intervalo entre 1,50% e 4,50%. Em fevereiro de 2024, o IPCA teve alta de 0,83%.
No mês de fevereiro o acumulado veio em linha com as expectativas do mercado financeiro, que eram de uma alta de, em média, 1,30% no mês.
Os grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta nos preços no mês, porém
os destaques foram os grupos de Habitação, com a alta da energia elétrica residencial, Educação, com os reajustes das mensalidades escolares, e Alimentação e bebidas, com a continuidade da inflação dos alimentos.
Com a alta crescente desses itens, o índice de difusão do IPCA de fevereiro foi de 61%, uma redução em relação aos 65% observados em janeiro.
Esse índice aponta quanto a inflação está espalhada ou concentrada em determinados itens, e uma redução indica que a pressão inflacionária no mês foi mais concentrada que no mês anterior.
Resultado dos grupos do IPCA em fevereiro
- Alimentação e bebidas: 0,70%;
- Habitação: 4,44%;
- Artigos de residência: 0,44%;
- Vestuário: 0,00%;
- Transportes: 0,61%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,49%;
- Despesas pessoais: 0,13%;
- Educação: 4,70%;
- Comunicação: 0,17%.
Energia elétrica aponta alta na inflação do mês após Bônus de Itaipu
O grupo que mais pesou na inflação de fevereiro foi o de Habitação, com uma alta de 4,44% e um impacto de 0,65 ponto percentual (p.p.) sobre o índice cheio.
Crescimento dos preços foi puxado, sobretudo, pelo avanço de 16,80% no valor da energia elétrica residencial.
O aumento é consequência da normalização nas contas de luz no mês: em janeiro, o Bônus de Itaipu foi incorporado nas contas, resultando em um desconto para o consumidor.
Porém, a inflação da energia elétrica de fevereiro é maior que a deflação de 14,21% registrada em janeiro com o desconto nas contas.
Além dos preços da energia, a taxa de água e esgoto também teve uma alta de 0,14%, em média, no mês, resultando em reajustes nas tarifas de algumas cidades, como Campo Grande e Belo Horizonte.
De acordo com José Fernando Pereira, gerente da pesquisa do IPCA, excluindo o impacto do grupo de Habitação o IPCA de fevereiro teve alta de 0,78%.