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Comércio Brasileiro: país importa mais do que exporta na relação com os EUA desde 2009
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Desde 1997 Brasil registra déficit comercial de US$ 48,2 bilhões. Desde a posse, Trump tem ameaçado subir tarifas na relação comercial com vários países.
- Por Camilla Ribeiro
- 06/02/2025 16h26 - Atualizado há 1 mês
Segundo números da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a relação comercial do Brasil com os Estados Unidos é marcado por predominância da economia norte-americana.
Os dados analisados desde 1997, mostra um saldo superavitário (mais exportações do que importações) de US$ 48,21 bilhões em favor dos EUA. Foram considerados 28 anos de comércio exterior.
Os números oficiais apontam que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os Estados Unidos desde 2009, ou seja, nos últimos 16 anos.
Durante esse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,61 bilhões.
Neste caso, um déficit comercial, significa que o Brasil importou mais produtos americanos do que exportou para os Estados Unidos.
Para a economia brasileira, esse resultado representa um cenário desfavorável.
No ano passado, os números manifestam equilíbrio na relação comercial com os Estados Unidos. Foram exportados US$ 40,33 bilhões em produtos, e importados US$ 40,58 bilhões, resultando em um déficit comercial de US$ 253 milhões para o Brasil.
EUA x mundo
A quantidade de produtos importados do Brasil pelos EUA é bem pequena quando comparada com outros parceiros comerciais da maior economia do mundo.
Os últimos dados do Departamento de Comércio norte-americano apontam que o volume de importações do Brasil pelos EUA somou US$ 38,5 bilhões (aproximadamente R$ 225,9 bilhões) no ano passado até novembro. Esse valor representa apenas 1,3% do total de importações do país.
Mesmo com a relação comercial pequena em comparação com outros blocos e países, os números sobre investimentos apontam que os Estados Unidos precisam do Brasil.
Porém, como os norte-americanos são os maiores importadores e os segundos maiores vendedores do mundo, a dependência brasileira é muito maior.
Presidente Donald Trump ameaça países
Trump tem demonstrado motivações variadas para impor tarifas, muitas delas visando negociações mais vantajosas para os EUA ou garantindo que outros países se mantenham leais aos norte-americanos. Também tem citado questões de segurança.
As sobretaxas são aplicadas por meio do aumento do imposto de importação, o que encarece as compras das nações alvos.
Especialistas avaliam, que essa essa tática pode ser um tiro que sai pela culatra, pressionando a inflação norte-americana.
Trump anunciou nos últimos dias o aumento das tarifas em 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, citando questões de segurança, como tráfico de drogas.
Após debates com os presidentes das nações, que se comprometeram a aumentar o patrulhamento nas fronteiras, ele recuou temporariamente, por um mês.
Com relação a China, o presidente norte-americano vinha ameaçando impor tarifa de 60% durante a campanha presidencial, mas decidiu por uma sobretaxa menor, de 10%.
Ele utilizou desculpas como questões de segurança, relacionadas com o fentanil, droga que se propagou nos EUA na última década causando milhares de mortes.