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  • PSDB: presidente diz que R$ 100 mil repassados para sua esposa, por advogado suspeito eram empréstimo


  • Um rmão de Marconi Perillo também recebeu repasse suspeito. Os valores colocaram ex-governador de Goiás como alvo de operação da PF sobre desvios na Saúde.

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo e presidente do PSDB declarou nesta terça (11) que um repasse de R$ 100 mil que um advogado investigado pela Polícia Federal fez para sua esposa correspondia a um empréstimo.

Antônio Perillo, irmão do ex-governador, também recebeu R$ 35 mil do mesmo advogado investigado.

Esses valores repasses foram um dos motivos que levaram Perillo a ser alvo da Operação Panaceia. 

Essa operação foi deflagrada pela Polícia Federal na semana passada para investigar supostos desvios de dinheiro público na área da Saúde em Goiás.

Dez mandados de busca e apreensão em Goiânia, foram cumpridos pela PF, um deles no endereço de Perillo, e um em Brasília. 

A operação foi autorizada pela Justiça Federal, que reteve R$ 28 milhões em bens dos suspeitos.

Segundo a PF, desvios de recursos públicos da saúde teriam ocorrido, de 2012 a 2018, por meio de uma Organização Social (OS) 

Essa organização foi contratada pelo governo de Perillo para administrar dois hospitais, um em Goiânia e outro no interior do estado.

"Esse advogado que está sendo investigado foi meu professor de direito constitucional a partir de 2007. É meu amigo, é meu advogado. Agora, eu não posso, é claro, perguntar para meu advogado para quem ele está advogando. Eu não sei se essa Organização Social cometeu erro ou deixou de cometer. Imagino que não", afirmou Perillo em entrevista.

"Esse advogado emprestou para minha mulher, em 2018 — não podia emprestar para mim, porque eu estava com os bens bloqueados —, emprestou R$ 100 mil no mês de outubro de 2018, que nós pagamos, com meu trabalho, em fevereiro, março e abril", continuou o ex-governador.

"Em relação ao meu irmão, segundo o que eu ouvi do advogado, houve uma indenização que foi vencida pelo advogado na Justiça e ele pagou o devido ao meu irmão", afirmou.

Esquema

Segundo a investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), a Organização Social contratada para gerir os hospitais subcontratava terceiros, como escritórios de advocacia, ligados a políticos e administradores da própria OS.

Os órgãos que eram subcontratados não prestavam os serviços devidos, descritos no contrato de forma genérica, para dificultar a comprovação de sua execução, e repassavam o dinheiro público para políticos. Os suspeitos negam envolvimento nos crimes apontados.