Preço da carne apresenta queda: o filé-mignon foi o produto que mais barateou

O preço do boi está em queda, portanto os cortes ficaram mais baratos desde o mês de agosto.

O filé-mignon está em destaque com  15% mais em conta comparado a um ano antes. 

Esses dados são segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado na última terça-feira (12). Outros cortes que também  se destacaram na deflação foram peito, alcatra e capa de filé.

Por que houve essa queda? 

Essa queda tem influência do preço que o boi é vendido no campo, apenas neste ano, diminuiu cerca de 30%, na comparação entre janeiro e setembro. Essa queda é motivada pela alta oferta de animais no pasto.

A carne na prateleira ainda apresenta um pouco de resistência de queda, isso porque outros custos da cadeia de carne bovina impedem uma deflação mais intensa.

Outro fator seria as redes varejistas que estariam mantendo uma margem alta de lucro neste ano, segurando os preços, afirma o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) elencou pontos que travam a deflação: custos de logística, de energia, na armazenagem, na exposição nas lojas, bem como, a demanda da carne bovina no mercado internacional.

Por que está ocorrendo a deflação?

O Brasil está com uma grande oferta de bois por conta do aumento do abate de fêmeas, essa medida desvaloriza o preço no mercado. 

Esse processo é chamado de ciclo pecuário que acontece quando os produtores seguram as vendas dos animais que estão valorizados no mercado, o que vai elevando o preço da carne. 

Diante desse quadro as fêmeas continuam reproduzindo até existir muitos bezerros no mercado.

Então, os preços voltam a cair e novamente volta o abate das fêmeas, levando mais carne para as prateleiras, que é o momento atual.

Outro fator que favorece a oferta crescente de carne e também barateia os custos no campo é o clima, que está contribuindo para a melhoria da qualidade do pasto, por conta do volume de chuvas.

Esses fatores permiti que haja menos gasto com rações segundo Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro).

O gado que consome ração também está comendo bem, isso porque houve queda no preço de grãos, como soja e milho, que recuaram 20% e 30% nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Cepea.