-
Dólar e juros elevados ameaçam negócios no Brasil, segundo o Fitch
-
Agência de rating projeta redução no ritmo de crescimento do PIB brasileiro neste ano
- Por Camilla Ribeiro
- 23/12/2024 20h42 - Atualizado há 21 horas
A Fitch Ratings, em relatório sobre as perspectivas para empresas na América Latina em 2025, alerta que a piora das condições econômicas no Brasil, impulsionada devido aos juros em alta e da constante desvalorização do real ameaça negócios das empresas.
A Fitch alerta para os possíveis impactos da recente piora das situações do mercado no Brasil, destacada pela disparidade do dólar e dos juros subindo, os quais devem continuar nessa tendência.
A agência de rating projeta uma desaceleração do PIB brasileiro este ano.
Do crescimento esperado de 3,1% em 2024 deve recuar para 2% em 2025.
“A recente desvalorização do real poderia exacerbar as pressões inflacionárias, com o Banco Central continuando a aumentar as taxas de juros”, destaca a Fitch.
De modo geral, a agência considera que as companhias da América Latina realizaram um bom gerenciamento das finanças e passivos nos últimos anos.
Segundo a isso, estão mais preparadas para eventuais medidas de Donald Trump, como a adoção de tarifas mais altas a países que exportam para os Estados Unidos.
Desse modo, o risco de piora fica restringido nas companhias por conta da previsão de menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da região e da economia mundial.
Na gestão financeira, as empresas conseguiram estender os prazos de vencimento de dívidas e administrar passivos.
Em relação aos títulos de dívidas emitidos no exterior (bonds), as empresas do Brasil possuem somente US$ 2 bilhões a vencer em 2025.
Ademais, a Fitch analisa que a liquidez das companhias está em nível adequado e os programas de investimento (capex) devem se estabilizar.
Consolidações e aquisições
Os analistas da Fitch não excluem que o elevado nível de endividamento de empresas possa impulsionar fusões e aquisições na América Latina, em setores como o aéreo, imobiliário, petróleo e gás e materiais.
O texto menciona, entre as possibilidades, a negociação dentre Azul e Gol.
Sobre os pontos a se observar em 2025, a Fitch menciona a promessa de Trump de subir tarifas no comércio exterior.
O maior impacto na região deve ser nas empresas do México, destaca o relatório.
A agência de rating reduziu a previsão de expansão do PIB mexicano nos próximos dois anos, para 1,1% em 2025 e 1,7% em 2026