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Comércio de carne brasileira: exportações e reforma tributária ajustam o setor em 2025
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Exportações em alta e novos desafios internacionais, Brasil se organiza para expandir sua presença mundial e enfrentar questões de sustentabilidade e tributação
- Por Camilla Ribeiro
- 05/01/2025 14h44 - Atualizado há 2 dias
Em 2024 o Brasil apresentou uma exportação recorde, o mercado de carne bovina brasileiro tem uma perspectiva positiva para os próximos anos, impulsionado pela infraestrutura e experiência da indústria nacional.
Segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o crescimento de 30,4% nas exportações entre os meses de janeiro e novembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, confirma o crescimento do setor.
Em 2024, o mercado de carne movimentou R$ 13 bilhões em exportações para outros países e planeja aumentar ainda mais sua participação no mercado internacional em 2025.
O Brasil deseja ampliar sua exportação de carnes especialmente para países da Ásia, que são responsáveis por quase 30% do consumo global de proteína bovina.
Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), aponta que, apesar de desafios, como a necessidade da exploração de novos mercados consumidores, o Brasil continuará ampliando sua produção e presença no comércio global de carne.
“O Brasil já é o maior exportador de carne bovina no mundo e temos alguns desafios ainda, e vamos desbravar novos mercados neste começo de ano, como Japão, Vietnã, Turquia e Coreia do Sul, que correspondem a quase 30% do consumo de carne no mundo”, afirmou.
Perosa declarou também que um acordo com o Japão, que está sendo negociado há mais de 20 anos, está prestes a ser fechado.
No mês de fevereiro, uma comitiva brasileira, juntamente com o Ministério da Agricultura, viajará ao país para a finalização dos termos.
Na Turquia, a proposta brasileira de exportação está em fase de negociação final, com apenas algumas questões técnicas pendentes.
No Vietnã, a burocracia foi superada e agora uma autoridade brasileira irá viajar para o país com o objetivo de formalizar o acordo. Perosa acredita que esses “desafios” serão superados já no início de 2025.
“O acordo mais atrasado é o da Coreia do Sul, que ainda precisa vencer obstáculos. Mas também há questões internas, como os problemas políticos por lá”, destacou Perosa.
Ele afirmou também que o ciclo pecuário no Brasil é positivo, com a disponibilidade de animais para abate, projetando que, pelo menos nos próximos dois anos, irá dar continuidade como um grande fornecedor mundial de carne.
A Reforma Tributária
O Brasil seguirá abastecendo o mercado interno. Perosa lembra que 75% de toda a carne produzida no país permanece no Brasil.
Com este cenário, reforça que a reforma tributária, que será sancionada nos próximos dias, tornará os preços mais “justos” para os consumidores locais.
Na regulamentação da reforma tributária, que foi aprovada no fim de 2024 pelos parlamentares, as carnes ficaram com a alíquota zerada na cesta básica brasileira.
Mesmo com alguns insumos com impostos federais negativos, alguns estados cobravam uma alíquota local.
A partir da reforma todas as carnes terão desconto para o consumidor final e os bois terão alíquota reduzida, o que pode resultar numa redução significativa dos preços, inclusive de carnes mais nobres, como a picanha.
O presidente da Abiec declarou que a produção de bovinos no Brasil está em crescimento resultando em uma oferta contínua de carnes, tanto para o mercado interno quanto para o externo.