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  • ‘TV 3.0’: Governo planeja linhas de crédito para estimular chegada da nova tecnologia


  • Brasil irá implementar novas tecnologias em 2025; o modelo ainda ainda não está definido, TV 3.0 trará melhorias de som e imagem, além de maior interatividade com o espectador.

Juscelino Filho, ministro das Comunicações,, disse nesta quarta-feira (2) que o governo planeja a criação de linhas de crédito para as emissoras investirem na nova tecnologia de transmissão, a TV 3.0.

"Nós temos buscado dialogar, temos reuniões marcadas com bancos de fomento do governo, para que possamos estudar essa possibilidade", declarou o ministro.

De acordo com ele, o governo avalia o financiamento porque as emissoras têm perdido receita, por conta da competição com as plataformas de streaming e redes sociais.

"Nós temos defendido isso justamente para entender a necessidade para que o setor de radiodifusão implemente essa nova geração da televisão aberta brasileira de forma mais rápida para a população. Isso carece de muito investimento e sabemos que o setor de radiodifusão foi extremamente atingido recentemente com a chegada das mídias digitais, das mídias sociais, que pegou um bolo significativo das receitas do setor", declarou.

O que é 'TV 3.0'?

A TV 3.0 é uma tecnologia que irá proporcionar mais interatividade para a audiência, com a possibilidade de se usar aplicativos para canais de TV aberta. 

Dessa maneira, os canais poderão disponibilizar conteúdo sob demanda por meio da TV aberta, e também uma maior personalização da programação.

Algumas aplicações da nova geração de TV aberta é possível com a internet, no entanto, a conexão não é um requisito para receber o sinal de 'TV 3.0'.

O uso dessa tecnologia proporcionará uma maior qualidade de imagem e som para os espectadores, com imagem em 4K e som imersivo --que não são possíveis com a TV digital.

Quando a tecnologia da 'TV 3.0' deve ser implementada?

O governo prevê a implementação da TV 3.0 em 2025. A meta do Ministério das Comunicações é definir qual será a tecnologia usada até 31 de dezembro de 2024.

A estimativa é para que, no início de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assine um decreto estabelecendo a tecnologia a ser utilizada .

O governo também precisa criar o cronograma de implantação para que as emissoras se adequem aos novos requisitos.

"Na sequência, toda a cadeia industrial do setor vai se adaptando e produzindo os equipamentos necessários, que vão de transmissores, conversores, novos televisores", declarou o ministro.

Já existe disputa internacional entre Japoneses e americanos para fornecer as suas soluções de TV 3.0 ao Brasil. O Ministério das Comunicações realizou uma chamada internacional, recebendo 32 contribuições.

De acordo com o secretário de Comunicação Social Eletrônica, Wilson Diniz, o governo chegou a três modelos depois dos testes em campo: japonês, europeu e americano.

O governo continuou com os modelos japonês e americano, no entanto, não descarta adotar uma implementação híbrida com a tecnologia europeia. 

De acordo com ele, esse modelo, pode ser implementado para transmissão de TV em dispositivos móveis, como celulares e tablets.

Quais serão os aparelhos de TV que poderão acessar o sinal?

Segundo o secretário, atualmente não há modelos de TV disponíveis no mercado brasileiro que possam receber o sinal da 'TV 3.0'. Por isso, no primeiro momento de implantação, será preciso usar conversores.

"Como a vida útil das TVs tem uma carga ainda a ser cumprida, em especial porque tivemos eventos esportivos importantes nos últimos anos que fomentaram a troca dos televisores, entendemos que no começo vamos ter que ter um receptor que faça a conversão desses sinais", completou o secretário.

Serão duas fases de implementação:

-TVs usando receptores para fazer a conversão;

-Novas TVs recebendo o sinal sem aparelhos de conversão.

Ainda não foi definido pelo governo se os conversores de sinal para a TV 3.0 serão distribuídos, mas existem discussões sobre a entrega gratuita para famílias de baixa renda, como ocorreu na expansão do sinal digital.