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  • Multas aplicadas pelo Ibama por queimada iniciada em ferrovia no Pantanal somam mais de R$ 100 milhões


  • Agentes do Ibama apuraram que o incêndio de grande proporção teve início no serviço de manutenção na linha férrea. As punições foram impostas a duas empresas envolvidas no episódio.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atuou com multas duas empresas após constatar que um incêndio de grandes proporções no Pantanal foi provocado por trabalhadores que realizavam serviço de manutenção em uma linha férrea no município de Corumbá (MS).

As multas aplicadas às empresas ultrapassam o montante de R$ 100 milhões.

O incêndio que consumiu mais de 17 mil hectares de vegetação, teve início no dia 16 de agosto e o fogo só foi controlado após sete dias, em 23 de agosto. As chamas atingiram 12 propriedades rurais na região de Porto Esperança.

-A empresa autuada é responsável pela linha férrea e recebeu dois autos de infração, um no valor de R$ 50 milhões por dano à cobertura vegetal do Pantanal ao provocar incêndio; e outro de R$ 7,5 milhões por descumprimento de condicionante do licenciamento ambiental.

-A empresa que é terceirizada responsável pelo serviço de manutenção na ferrovia, como co-autora da queimada, foi multada em R$ 50 milhões.

De acordo com o Ibama, equipes de fiscalização investigaram o caso para identificar as causas do incêndio.

Segundo o órgão ambiental, no local em que as chamas se originaram, os agentes ouviram de trabalhadores que, durante a manutenção da ferrovia, fagulhas geradas pelos equipamentos utilizados entraram em contato com a vegetação seca próxima aos trilhos e deram início ao fogo.

Conforme o Ibama, os funcionários declararam que tentaram conter as chamas com as ferramentas que tinham disponíveis, mas perderam o controle do incêndio, que avançou sobra a vegetação do Pantanal.

-O clima para este período do ano (baixa umidade, alta temperatura e vento forte) contribuiu para o espalhamento das chamas.

O Ibama declarou que as investigações sobre o caso ainda não se encerraram. Agentes estudam se medidas e ações emergenciais foram realizadas pelas empresas. 

De acordo com as normas ambientais, as empresas são obrigadas a comunicar imediatamente qualquer acidente por meio do Sistema Nacional de Emergências Ambientais (Siema).

O órgão ambiental disse que irá analisar se a resposta ao acidente está de acordo com o Plano de Atendimento à Emergência (PAE) e se outras ações deveriam ter sido tomadas e não foram.