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  • Esperança: Com Câncer Há 13 Anos, Homem Reverte Quadro Com O Tratamento CAR-T


  • Segundo os pesquisadores, a terapia CAR-T representa a nova fronteira no combate ao câncer.

Um indivíduo de 61 anos, lutando contra um câncer incurável, testemunhou a remissão completa de sua doença apenas um mês após se submeter a uma terapia revolucionária. 

Paulo Peregrino, um profissional de publicidade, já havia enfrentado câncer de próstata em 2010, além de dois casos de linfoma não Hodgkin em 2018 e 2019.

Diante da ausência de resultados positivos com os tratamentos tradicionais e com a perspectiva de cuidados paliativos, Paulo foi selecionado para participar de um tratamento experimental chamado CAR-T, desenvolvido em colaboração entre o Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP, a Universidade de São Paulo e o Instituto Butantan.

Médico Vanderson Rocha e o paciente Paulo Peregrino — imagem: reprodução

Em essência, o procedimento consiste na coleta das células de defesa do paciente com câncer, que são geneticamente modificadas em laboratório. Posteriormente, essas células modificadas são reintroduzidas no organismo para eliminar as células cancerígenas.

Entre os poucos pacientes submetidos a essa terapia no país, cerca de 60% deles observaram a total regressão do câncer em apenas 30 dias, assim como ocorreu com Paulo.

Contudo, é válido ressaltar que o tratamento com células CAR-T está disponível em poucos países e possui um custo elevado, estimado entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões.

Além disso, seu uso é limitado a determinados tipos de câncer, como linfoma, leucemia e mieloma, enquanto sua aplicação para outros tipos de tumores permanece em fase de estudo.

Após tentativas infrutíferas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Paulo passou por um período delicado em Niterói, sua cidade de residência, enfrentando complicações decorrentes do linfoma. Somente após sua recuperação, em março, ele recebeu as células modificadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo.

Após uma internação na UTI, sua condição progrediu para um estado estável, permitindo sua transferência para um quarto hospitalar. No último domingo, ele finalmente recebeu alta médica, dando continuidade à sua jornada em busca da cura.

A Terapia

O tratamento com células CAR-T — Imagem: reprodução

As células CAR-T utilizadas no tratamento são os próprios linfócitos T do paciente, responsáveis por combater tanto infecções quanto o câncer. No entanto, o câncer consegue escapar do ataque dessas células. 

Para enfrentar o câncer, é necessário modificar geneticamente essas células em laboratório. Dessa forma, as células são retiradas do paciente e passam por esse processo de modificação. 

Após cerca de duas a quatro semanas, as células modificadas geneticamente são reintroduzidas no paciente. Essas células têm o objetivo de combater o câncer de forma direcionada e destruí-lo. 

O médico explicou que 13 pacientes, incluindo Paulo, já receberam esse tratamento com células CAR-T pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora o procedimento também esteja disponível na rede privada, o acesso é diferente.