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Obras de arte restauradas dois anos após ataques golpistas estão começando a ser entregues ao Planalto
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O STF também irá receber novas obras de arte nesta semana. As peças simbolizam a reconstrução das instituições democráticas após invasões de 8 de janeiro de 2023.
- Por Camilla Ribeiro
- 06/01/2025 18h43 - Atualizado há 1 dia
Nesta segunda-feira (6), o Palácio do Planalto começou a receber uma parte das obras de arte que foram depredadas durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
As obras agora restauradas serão oficialmente reintegradas ao acervo do governo em uma cerimônia na quarta-feira (8).
A cerimônia marcará dois anos dos atos golpistas. No total, 21 peças foram restauradas no Palácio da Alvorada, enquanto o relógio foi recuperado na Suíça.
Três obras já chegaram ao Planalto nesta segunda:
- o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti: principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto. Valor estimado em R$ 8 milhões;
- a obra O Flautista, de Bruno Giorgi: escultura em bronze que foi completamente destruída. Valor estimado em R$ 250 mil;
- a escultura de madeira Galhos e Sombras, de Frans Krajcberg. A peça está estimada em R$ 300 mil.
De acordo com o Planalto, o relógio Balthasar Martinot Boulle, do século XVII, será levado nesta terça-feira (7) para o palácio.
A peça que foi destruída pelos extremistas, foi consertada na Suíça após um acordo entre o governo brasileiro e a embaixada do país europeu.
Foi montado um laboratório no Palácio da Alvorada para realizar o restauro das obras danificadas pelos vândalos.
Esse processo foi realizado graças a um acordo de cooperação técnica com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que assumiu os custos do trabalho realizado por uma equipe de dez restauradores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
STF também receberá novas obras
Após dois anos dos ataques golpistas que destruíram o Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros também receberão, na quarta-feira (8), novas obras de arte marcando a reconstrução da sede da Corte.
Uma dessas obras é a reparação da toga da ministra aposentada Rosa Weber, então presidente do STF no dia da invasão.
A sala da Presidência do Supremo foi um dos locais mais afetados, com tentativa de atear fogo ao escritório.
A peça é chamada de "Manto da Democracia", da artista Valéria Pena-Costa, conta com a participação de 60 mulheres para realizar o projeto.
De acordo com o STF, a artista vê a iniciativa como "um ato simbólico de identidade, solidariedade e força, manifestado através da arte".
Uma outra obra é uma uma pintura sobre tela com tonalidade em preto que foi inspirada no luto das páginas carbonizadas da Constituição Federal.
Essa obra foi idealizada pelo artista Carppio de Morais, ela será apresentada dentro de uma caixa de acrílico e fará referência histórica da escravisão até os dias atuais. A ideia é mostrar a diversidade do Brasil.
Outra obra foi criada inspirados nos sermões do Padre Antônio Vieira, Mário Jardim e Valéria Pena-Costa.
Essa obra foi criada a partir da palavra democracia, que será referida no espelho e repetida em seus fragmentos. A ideia é destacar que a democracia pode ser atacada, mas permanece íntegra.
Quatro artistas participam do projeto que tem como objetivo ressignificar material oriundo da destruição das instalações do STF: Valéria Pena-Costa, Carppio de Morais, Marilu Cerqueira e Mário Jardim.
Na cerimônia, o grupo entregará as peças ao ministro Fachin, momento em que os artistas apresentarão cada uma das obras que simbolizam a reconstrução do prédio da Suprema Corte e a prevalência da democracia.
Uma pedra de mármore azul com símbolo da bandeira com frases que remetem à destruição do STF e também pedaços de vidro blindex esverdeado, vidro de lâmpada, pedaços de tela de dispositivo móvel/tablet, cacos de espelho, mármore branco triturado, pedra portuguesa triturada. A produção é de Marilu Cerqueira.
As quatro obras serão entregues ao Supremo na quarta-feira em evento que marcará a invasão e destruição da sede da Corte. O ato será comandado pelo vice-presidente do STF, Edson Fachin.