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Eleições na Venezuela: OEA diz não reconhecer resultado com vitória de Nicolás Maduro
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Organização dos Estados Americanos divulgou relatório apontando suspeitas de que o governo Maduro distorceu resultado do pleito realizado no domingo (28).
- Por Camilla Ribeiro
- 30/07/2024 16h22 - Atualizado há 4 meses
Nesta terça-feira (30), a Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou não reconhecer o resultado das eleições presidenciais que foi anunciado pela Justiça eleitoral venezuelana indicando a vitória do presidente do país, Nicolás Maduro.
Por meio de relatório feito por observadores que acompanharam o pleito eleitoral, realizado no domingo (28), a OEA diz existir indícios que o governo Maduro distorceu o resultado.
De acordo com o documento, um dos principais problemas, foi a demora na divulgação dos resultados apesar de o país ter urnas eletrônicas.
O texto demonstra ter havido relatos de "ilegalidades, vícios e más práticas".
A conclusão do relatório aponta que o Centro Nacional Eleitoral (CNE), principal autoridade eleitoral da Venezuela, comandada por um aliado do governo venezuelano, proclamou Maduro como vencedor sem apresentar os dados para comprovar o resultado e também afirmou que os únicos números divulgados em canais oficiais revelam "erros aritméticos".
"Mais de seis horas após o encerramento da votação, o CNE fez um anúncio (...) declarando vencedor o candidato oficial, sem fornecer detalhes das tabelas processadas, sem publicar a ata e fornecendo apenas as porcentagens agregadas de votos que as principais forças políticas teriam recebido", diz o texto.
O relatório da OEA declara também que o regime venezuelano aplicou "seu esquema repressivo" para "distorcer completamente o resultado eleitoral".
"Ao longo de todo este processo eleitoral assistimos à aplicação por parte do regime venezuelano do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição das mais aberrantes manipulações".
A eleição na Venezuela ocorreu no domingo, e, na madrugada de segunda-feira, o CNE declarou Nicolás Maduro vencedor com 51,2% dos votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González, ficou com 44% dos votos, ainda segundo a Justiça eleitoral do país.
Porém, o resultado foi divulgado com 80% dos votos apurados, e as atas de votação não foram divulgadas pelo CNE.
O resultado foi contestado pela oposição venezuelana que acusou o CNE de fraude. Na noite de segunda, a oposicionista María Corina Machado declarou ter tido acesso a 73% das atas, que, segundo ela, dão vitória a Edmundo González.
Um site foi criado pelo grupo oposicionista com as atas às que a oposição teve acesso para provar sua versão.
Outros blogs tiveram acesso a uma contagem rápida nesta terça-feira e apontam vitória de González sobre Maduro por 66.2% a 31.2%.
Nove países da América Latina solicitaram uma reunião de emergência da OEA para debater o resultado divulgado pelo CNE.
O pedido foi feito por Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Por meio de uma carta conjunta, os países "manifestam profunda preocupação com o desenvolvimento das eleições presidenciais" na Venezuela e exigem uma "revisão completa dos resultados com presença de observadores eleitorais independentes que assegurem o respeito à vontade do povo venezuelano que participou de forma massiva e pacífica".
Brasil, México e Colômbia devem divulgar nesta terça-feira, uma declaração conjunta cobrando a divulgação das atas eleitorais por parte do governo.