-
Protestos Na França: Policial Que Matou Adolescente Em Blitz Pede Perdão
-
Nahel, de 17 anos, morreu na manhã de terça-feira após se negar a parar em uma blitz policial em Nanterre, na periferia de Paris.
- Por Anderson Santos
- 29/06/2023 22h38 - Atualizado há 1 ano
O policial suspeito de ter atirado e matado um adolescente durante uma blitz em Nanterre, subúrbio de Paris, pediu desculpas à família do jovem ao ser detido, de acordo com seu advogado, Laurent-Franck Liénard.
O advogado afirmou que as primeiras palavras do policial foram para se desculpar.
Sobre A Morte Do Adolescente
O incidente ocorreu na terça-feira (27), quando Nahel, um jovem de 17 anos, se recusou a parar em uma blitz policial. Inicialmente, fontes policiais afirmaram que o policial atirou quando o motorista do veículo tentou atropelar dois policiais.
No entanto, um vídeo mostra o momento em que o agente aponta sua arma para o motorista e dispara à queima-roupa, enquanto o veículo acelera.
O adolescente parou alguns metros adiante, quando o carro colidiu com um poste. Ele faleceu pouco depois.
O policial suspeito, um agente de 38 anos, está sob custódia policial e está sendo investigado por homicídio doloso no exercício da função, conforme anunciado pelo Ministério Público.
Protestos Na França
A morte de Nahel desencadeou uma série de protestos, resultando em distúrbios na cidade de Nanterre, onde mais de dez veículos e mobiliário urbano foram incendiados. Os protestos também se espalharam para outras cidades francesas, incluindo Lyon, Toulouse e Lille.
Diante dos acontecimentos, as autoridades de Nanterre tomaram medidas para evitar invasões e saques, organizando vigílias em prédios públicos. Durante a segunda noite de revoltas na região parisiense, a polícia relatou 77 prisões.
Morte de adolescente fez a França mergulhar em protestos, incêndios e prisões — Imagem: Reprodução
Macron Se Pronuncia
O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou sua posição afirmando que "nada justifica a morte de um jovem". O porta-voz do governo, Olivier Véran, pediu calma diante da "emoção muito forte" gerada pelo incidente.
A primeira-ministra, Elisabeth Borne, destacou que as imagens sugerem possíveis violações das regras de ação legal. Por sua vez, o político de esquerda Jean-Luc Mélenchon enfatizou que "a pena de morte não existe mais na França" e que nenhum policial tem o direito de matar, exceto em caso de legítima defesa.
No entanto, essas declarações receberam críticas por parte do sindicato policial Alliance e de líderes de extrema direita, que consideraram "inconcebível" que o presidente da República, assim como outros políticos, artistas e indivíduos, emitem condenações antes mesmo da conclusão das investigações.