Presa Há 53 Anos, Assassina Da 'Família Manson' Ganha Liberdade Condicional

Leslie Van Houten, atualmente com 73 anos, ingressou na "família Manson" aos 19 anos de idade, uma seita liderada por Charles Manson. Ela era a mais jovem do grupo.

A "família Manson" foi um grupo nos Estados Unidos liderado por Charles Manson na década de 1960. Ele manipulava seus seguidores, chamando-os de "família", e eles se envolveram em uma série de crimes e assassinatos motivados por ideias distorcidas, como uma suposta "guerra racial" e uma visão apocalíptica do mundo.

Em 1971, Leslie foi julgada pela primeira vez por um assassinato cometido em agosto de 1969. Durante o julgamento, ela admitiu ter esfaqueado a esposa de um empresário cerca de 15 vezes, limpado suas digitais de objetos que poderiam incriminá-la e queimado suas próprias roupas após os crimes.

Ela também mencionou ter pegado queijo e leite achocolatado na geladeira das vítimas antes de sair da casa onde moravam.

"Condenada à prisão perpétua, agora, após 53 anos presa, ela pode se tornar a primeira mulher da “família” a deixar a prisão e passar a cumprir a pena em liberdade condicional (em 1985, um homem que fazia parte do grupo criminoso deixou a prisão)".

Governador Não Insistirá Em Prisão

A Suprema Corte da Justiça da Califórnia decidiu que ela preenchia as condições para liberdade condicional. O governador do estado, Gavin Newson, teve a opção de reverter essa decisão, mas optou por não fazê-lo, embora discorde da conclusão da Justiça.

Em comunicado, o governador afirmou: "Mais de 50 anos após os brutais assassinatos cometidos pelo culto de Manson, as famílias das vítimas ainda sentem o impacto."

A juíza Helen I. Bendix, da Justiça da Califórnia, mencionou em sua decisão que "Van Houten demonstrou esforços de reabilitação extraordinários, perspicácia, arrependimento, planos realistas de liberdade condicional, apoio familiar e de amigos, além de relatórios institucionais favoráveis."

Leslie já expressou arrependimento por sua participação nos assassinatos. Segundo ela, na época dos crimes, enfrentava problemas mentais agravados pelo uso de LSD, e acreditava que Charles Manson era Jesus Cristo.

Quem Foi Charles Manson?

Charles Manson, o líder da seita que aterrorizou os EUA em 1969 — Foto: Reprodução

Charles Manson é um dos criminosos mais conhecidos da história americana. Em 1971, ele foi condenado à pena de morte pelo brutal massacre ocorrido em agosto de 1969, no qual sete pessoas foram mortas, incluindo uma mulher grávida de oito meses e meio na época.

Sua sentença foi posteriormente comutada para prisão perpétua. Manson considerava-se a reencarnação de Cristo e liderou uma comunidade conhecida como a Família Manson, estabelecida no deserto da Califórnia.

Ele convenceu seus seguidores a cometerem assassinatos indiscriminados em bairros abastados de Los Angeles, com a intenção de provocar uma guerra racial na qual acreditava que os brancos emergiriam vitoriosos.

Durante seu julgamento, Manson foi retratado como um manipulador carismático com poderes persuasivos impressionantes. Seus crimes chocaram profundamente a sociedade e deixaram uma marca duradoura na história criminosa dos Estados Unidos.

O Crime De Leslie

Leslie Van Houten em dezembro de 1969  — Foto: Reprodução

Leslie Van Houten e outros seguidores de Manson foram condenados pelo assassinato do casal Leno e Rosemary LaBianca em agosto de 1969.

Leno, um comerciante de 44 anos, e sua esposa Rosemary, de 38 anos, foram brutalmente assassinados em sua casa localizada em Los Feliz, um bairro em Los Angeles.

Os membros da "família Manson" invadiram a residência durante. Leslie Van Houten esfaqueou Rosemary repetidamente, enquanto Charles Manson a atacou com uma baioneta.

Após o assassinato, o grupo escreveu frases nas paredes e na geladeira usando o sangue das vítimas, incluindo as palavras "morte aos porcos" e "helter skelter", que era como Manson se referia às suas teorias apocalípticas de guerra racial.

Leslie Van Houten foi presa aproximadamente três meses após o crime.

Na noite anterior ao assassinato de Leno e Rosemary LaBianca, a "família" Manson havia invadido a casa do diretor de cinema Roman Polanski.

Polanski não estava presente, mas sua esposa Sharon Tate, de 26 anos e grávida de oito meses, juntamente com quatro amigos, foram assassinados.