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  • Simone Tebet sobre redução dos juros: ‘Não tem nenhum cenário negativo para que não haja a queda robusta da taxa de juros'


  • Ministra aponta queda da inflação e alta do PIB como elementos para redução dos juros já em agosto.

Ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB) falou nessa sexta-feira (30) em São Paulo que não existe motivos na economia brasileira para ser mantida a atual taxa de juros, em 13,75%. 

O assunto tem seguidas críticas do presidente Lula (PT) ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que é responsável por definir o valor da taxa. 

"Não tem nenhum cenário negativo para que não haja a queda robusta da taxa de juros no Brasil já a partir de agosto", falou Tebet, antes de participação em evento dos governos amazônicos na cidade de São Paulo.

De acordo com a ministra, os dados da economia brasileira têm apresentado respostas suficientes para que a taxa de juros caia mente até o fim do ano.

"Tudo está depondo a favor da queda de juros e de uma queda acentuada. Você pode utilizar qualquer dado macroeconômico, inflação em queda, o PIB do Brasil com crescimento muito acima do esperado. Falavam em 0,7% de crescimento do PIB no final do ano, nós já estamos falando em 2,1%, 2,3%, ou seja, três vezes de crescimento", apontou como exemplo.

A ministra esteve em São Paulo participando do evento com governadores da região amazônica e também com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID. 

Oito países da bacia amazônica estão representados na reunião.

O presidente Lula havia declarado no dia 22 de julho, que o presidente do Banco Central, Campos Neto, “joga contra a economia brasileira” quando a mantém da taxa básica de juros em 13,75%.

"Não se trata de o governo brigar com o Banco Central. Quem está brigando com o Banco Central é a sociedade brasileira. É irracional o que está acontecendo no Brasil, você ter uma taxa de 13,75% com uma inflação de 5%", falou o presidente.
“Eu acho que esse cidadão joga contra a economia brasileira. Não existe explicação aceitável do porquê a taxa de juros estar em 13,75%".

Na quinta-feira (28), Campos Neto afirmou que a maioria dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), formado por ele e pelos diretores da instituição, tiveram uma conversa deixando a "porta aberta" para um possível corte de juros em seu próximo encontro.

O presidente do BC pontuou o que poderá acontecer em agosto e isso não quer dizer, necessariamente, que será feito. 

Neto disse ainda que decisões sobre a taxa de juros são tomadas somente nas reuniões do Copom, e são baseadas nos indicadores econômicos, como inflação e capacidade de crescimento econômico.

Em comunicado no dia 22, o Copom disse que a decisão de manter a taxa de juros em 13,75% vem surtindo efeito para controle da inflação. O comitê afirmou que o momento é de "paciência" e "serenidade".

O mercado mantém uma expectativa que a taxa de juros comece a cair a partir de agosto. Porém, a nota da reunião do Copom do dia 21 não apontou nenhuma indicativa para que isso aconteça.

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, falou na terça-feira (27) que está confisque os juros sofrerão queda já a partir de agosto.