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A Black Friday aquece o comércio no país e lojas online apostam na inteligência artificial para acelerar a entrega dos produtos
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O comércio digital vendeu quase 16% a mais do que na Black Friday do ano passado.
- Por Camilla Ribeiro
- 25/11/2023 18h42 - Atualizado há 1 ano
Chega ao fim a maratona de compras, e agora começa a corrida para entrega dos produtos, muitas lojas estão apostando no uso da inteligência artificial na logística do varejo para cumprir os prazos.
A internet parece adivinhar os nossos pensamentos. Apenas alguns toques no teclado e, de repente, um produto tão desejado aparece bem na sua tela. É a inteligência artificial entrando em cena.
"De fato, tem essa impressão de que a inteligência está escutando o que você está falando, mas na prática o que ela está buscando fazer é, com base na sua experiência, com base no seu histórico de compras, tentar te dar uma experiência cada vez mais personalizada", aponta Vinicius Almeida, especialista em IA - IPNET Growth Partner.
Após a compra realizada, a inteligência artificial entra para agilizar a entrega. Numa cadeia de prateleiras, é ela quem traça a rota mais eficiente para a coleta dos itens vendidos.
A tecnologia calcula o peso, tamanho e até a cor da caixa para separar os itens. A mão humana embala o produto, porém é a inteligência artificial que seleciona a embalagem adequada para cada tipo de material.
"A estrutura e a base dos processos da logística são sustentadas por tecnologia e por pessoas. Então são as duas coisas convivendo em conjunto para poder fazer com que o pacote chegue muito rápido na casa do consumidor", disse Luiz Augusto Vergueiro, diretor sênior de logística do Mercado Livre.
E preciso muita agilidade na entrega, só uma empresa realizou 45 vendas online por segundo no terceiro trimestre do ano.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, o faturamento da Black Friday neste ano, apenas em compras online, deverá ultrapassar R$ 7,1 bilhões.
Na etapa final, todos os produtos vão para um sistema inteligente, que realiza a leitura da etiqueta e uma última separação dos itens de acordo com o destino.
A esteira geralmente dá uma paradinha estratégica para que as embalagens caiam na última esteira no local certo e no tempo exato, para segundos depois cada item escorregar no tobogã da região do país onde deve ser entregue.
A tecnologia também está presente no processo de entrega.
"Primeiro, para montar a rota desse entregador, para que ela seja mais eficiente. E depois, conforme ele vai fazendo as entregas, às vezes eu preciso reatualizar essa rota. Então ela também é usada aí, porque se eu cheguei na casa de um consumidor que ele não estava, eu preciso voltar depois, eu preciso refazer essa rota. Então existe um processo de retroalimentação da roteirização do veículo e do caminho que ele vai fazer as entregas", detalha Luiz Augusto Vergueiro, diretor sênior de logística do Mercado Livre.
Quando o produto não agrada ou vem com defeito, o atendimento ao cliente será realizado por um robô.
Está certo que nem sempre a experiência é boa, mas é um caminho sem volta e que, claro, está sempre evoluindo.
"Então é um período muito importante para a economia, mas ao mesmo tempo é um período muito grande, principalmente na parte tecnológica, de você conseguir colocar a IA mais uma vez não só ajudando na qualidade do atendimento, mas ajudando no monitoramento de toda a estrutura necessária para que a gente possa dar suporte para esse período que a gente está passando", destaca Vinicius Almeida, especialista em Inteligência Artificial da IPNET Growth Partner.
Black Friday movimentou as compras online no Brasil
A Black Friday movimentou o comércio em todo o país, principalmente as compras online.
As vendas em sites com marcas próprias cresceram sessenta e sete por cento nesta sexta-feira quando comparado com ontem.
O crescimento das compras pela internet ocorreu entre dez da manhã e meio dia, de acordo com uma empresa especializada em tecnologia pro varejo.
Quando comparado a novembro passado, o comércio digital vendeu quase dezesseis por cento a mais.
O meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros foi o cartão, seguido do PIX e do boleto bancário.
Entre os itens mais buscados estão: protetor solar e ar-condicionado ficaram no topo. Em seguida, vieram televisores e geladeiras.