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  • Reforma tributária: Ipea diz que modelo atual pode gerar imposto federal de 28%; Haddad rebate


  • Base de cálculos Ipea colocaria o tributo brasileiro como um dos maiores do mundo. Haddad diz que estudo não considera diversos fatores.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia que a alíquota do novo imposto formulado pela reforma tributária deverá ficar em 28,04%. Dessa forma, o tributo seria um dos maiores do mundo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contestou nesta segunda-feira (17) o cálculo e disse que é preciso "olhar as premissas do estudo para não nos assustarmos".

De acordo com Haddad, os cálculos do Ipea não consideram fatores, como por exemplo, o impacto da reforma tributária sobre a sonegação e evasão fiscal, assim como corte de gastos tributários.

Haddad disse ainda que existe "uma série de questões que precisam ser levadas em conta para fixar a alíquota".

"Tem uma transição para ser feita. Nós vamos calibrando isso de acordo com a transição. Então começa em 2026, com uma alíquota baixinha para ver o impacto. É bom ter estudo, não estou criticando, mas é bom olhar as premissas para não nos assustarmos também", afirmou.

De acordo com a pesquisa do Ipea, as exceções que foram incluídas no texto da reforma para alguns setores poderão levar a uma redução no crescimento da economia brasileira. Haddad disse que, esse "alerta" do estudo é bom.

O texto original da reforma tributária, aponta o crescimento extra esperado na economia era de 5,75% até 2036. Mudanças realizadas pelo grupo de trabalho da reforma esse impacto apresenta uma queda para 2,39%.

Dados apresentados pela pesquisa não leva em consideração as mudanças aprovadas pela Câmara dos Deputados, quando realizaram a votação da reforma. 

O texto que foi aprovado impõe mais exceções ao que foi proposto pelo grupo de trabalho.

"Agora, o alerta que o estudo do Ipea faz é bom porque mostra que, quanto mais exceção tiver, menos vai funcionar, então tem que calibrar menos as exceções para que elas estejam bem justificadas, que efetivamente tenham um impacto positivo sobre o bem-estar da sociedade", explicou Haddad.

Essa reforma deverá simplificar a cobrança dos impostos no país, medida considerada fundamental para destravar a economia e impulsionar o crescimento e a geração de empregos.