-
Nos EUA trabalhadores fazem greve simultânea em três das maiores montadoras de veículos
-
As montadoras GM, Ford e Stellantis foram afetadas pela paralisação. É a primeira vez nos 88 anos de história do sindicato dos trabalhadores de montadoras em que ocorre uma greve simultânea.
- Por Camilla Ribeiro
- 16/09/2023 17h18 - Atualizado há 1 ano
Os trabalhadores dos Estados Unidos de três das maiores fábricas de veículos iniciaram uma greve durante a madrugada desta sexta-feira (15).
A paralisação realizada está atingindo fábricas da General Motors, Ford e Stellantis.
Essas fábricas juntas, respondem pela produção de mais da metade dos cerca de 15 milhões de veículos vendidos anualmente no país.
Nos 88 anos de história do United Workers Auto (UWA, sindicato dos trabalhadores de montadoaras), essa é a primeira vez em que ocorre uma paralisação simultânea.
A greve envolve cerca de 12,7 mil trabalhadores ao todo, de um total de aproximadamente 146.000 trabalhadores fabris em todo o país, informações do jornal The Wall Street Journal.
O sindicato representante da categoria afirmou que essa paralisação irá interromper a produção de 24 mil veículos por semana.
Porém, as companhias também têm veículos prontos em estoque, isso poderá manter as vendas ativas, mesmo com a redução na receita.
Em outro ponto, se esse movimento que está ocorrendo se tornar uma greve geral nas montadoras americanas, poderia causar uma perda de até US$ 500 milhões nos lucros de cada empresa por semana, de acordo com levantamento do Deutsche Bank.
Shawn Fain, presidente do sindicato, falou em uma live no Facebook aos sindicalistas que, se as negociações com as montadoras não avançarem, outras fábricas também devem enfrentar paralisações.
Motivo da greve
A greve é fruto de uma demanda sindical que solicita uma parcela maior no pagamento de lucros gerados a partir da venda de caminhões, além de maior segurança nos empregos.
A imprensa americana divulgou que os trabalhadores e as empresas discutiram sobre as condições almenadas até tarde da noite, sem chegar a nenhum acordo.
Segundo a Reuters, o sindicato querem um aumento de 40%, e as montadoras ofereceram um reajuste de até 20%.
Porém, a contraproposta das empresas não incluía os principais benefícios exigidos pela categoria.
A Ford falou que as propostas do sindicato iriam duplicar os custos trabalhistas nos Estados Unidos.
A Stellantis, que controla a Chrysler, disse que vai tomar decisões estruturais para proteger a empresa.
A GM disse que estava bastante desapontada com a paralisação, porém deseja continuar as negociações.
A indústria de carros dos Estados Unidos faz uma transição para a produção de veículos elétricos.
E existe o receio por parte da categoria de que isso provoque demissões na produção de itens automobilísticos voltados para carros à combustão.
O governo dos EUA vem investindo bilhões em incentivos para a produção de carros elétricos, esse impasse se tornou uma questão política. O sindicato não apoia a reeleição de Joe Biden.