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  • Haddad diz vai a Brasília para se defender e não dialogar


  • O ministro afirmou que irá priorizar a revisão dos gastos públicos, após derrota no Congresso para tentar aumentar a arrecadação.

Neste sábado (15), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que o Brasil é uma “encrenca” e disse que, quando vai a Brasília, “não dialoga com o servidor público propriamente dito”, mas vai para “se defender do que está acontecendo”.

Essas afirmações foram dadas durante participação do ministro no evento Despertar Empreendedor, promovido pelo Instituto Conhecimento Liberta.

"Quando a gente vai para Brasília, a gente não dialoga com o servidor público propriamente dito, a gente vai lá para se defender do que está acontecendo", disse o ministro.

“A todo momento você fica apreensivo. Que lei vamos aprovar? O que nós vamos fazer? Que maluquice é essa? Do que estão falando? Por que não se dedicam a coisas sérias, que vão mudar a vida das pessoas? Para que essa espuma toda? Para criar cizânia na sociedade, briga na família?”, disse durante o evento, em referência ao projeto recentemente votado na Câmara dos Deputados que equipara o aborto ao crime de homicídio.

A resposta do ministro veio após a pergunta feita pelo mediador da palestra sobre o papel do ministro como servidor público.

Essas afirmações de Haddad vêm após uma semana dura para o governo federal e para o próprio ministro.

Haddad vem recebendo pressão de setores do PT (Partido dos Trabalhadores) e sido questionado pelo mercado financeiro sobre a concretização da agenda econômica e alcance do equilíbrio fiscal.

O ministro chegou a afirmar, na última semana, que a equipe econômica irá intensificar os trabalhos com relação aos gastos públicos e que deve focar na revisão de despesas ao longo das próximas semanas.

Neste sábado, o presidente Lula voltou à defender o ministro,ao final da viagem que fez à Suíça e à Itália para encontros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do G7, grupo que reúne nações democráticas mais ricas do mundo, Lula afirmou que, enquanto estiver no cargo, Haddad “jamais ficará enfraquecido”.

"O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for o presidente da República porque ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido por mim e mantido por mim", disse.

O Brasil é um ‘Negócio difícil de administrar’

O ministro da Fazenda fez críticas a pessoas “em condição de poder que nem sempre estão fazendo a coisa certa pelo país” e disse que o Brasil é “uma encrenca”, apesar de seu potencial.

“O Brasil é uma encrenca, né? Um negócio difícil de administrar”, disse o ministro.

“Temos um país de ouro, um povo de ouro e você vê que quem pode fazer a diferença, nem sempre está pensando no interesse público. E devia estar, né, porque está em posição de poder, porque é um grande empresário ou um político com mandato”, acrescentou Haddad.