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Presidente do BC fala de 'Superaplicativos' que reunirá os bancos do cliente em um único local
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O presidente do BC fala sobre um super app que irá gerar uma maior competição entre os bancos na oferta de produtos e serviços.
- Por Camilla Ribeiro
- 13/08/2023 12h59 - Atualizado há 1 ano
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central informou que mercado financeiro está trabalhando nos chamados "agregadores financeiros", apelidados de "superaplicativos".
Esses “superaplicativos” deverão reunir as informações das pessoas físicas atualmente espalhadas por vários bancos em uma única plataforma facilitando a vida do cliente.
De acordo com Campos Neto, a expectativa é de que esse aplicativo esteja no mercado dentro de um ano e meio, ou seja, próximo ao fim de 2024.
O aplicativo deverá está disponível ainda durante o seu mandato. Ele estará no comando do BC até o fim do ano que vem. O próprio já disse que não pretende continuar na instituição em 2025.
"Você vai ter seu fluxo [financeiro de todos os bancos] consolidado em um instrumento só. Então hoje a gente paga o cartão de crédito, e tem aquele 'dois de três [parcelas], cinco de oito', e você não sabe mais quanto que você deve. Você vai apertar um botão [no agregador financeiro] e vai ter lá todo o seu fluxo de caixa, como as empresas fazem hoje. Isso vai estar disponível para as pessoas físicas", disse Campos Neto nesta semana.
O objetivo do agregador financeiro é aumentar a concorrência entre os bancos sendo mais uma etapa do "open banking".
O open banking é uma plataforma desenvolvida pelos participantes do sistema que permite aos clientes o compartilhamento dos dados bancários e históricos de transação com bancos e fintechs (pequenas empresas de tecnologia em serviços financeiros).
"É um produto que provavelmente as instituições financeiras vão aparecer. A cada dia que passa, os apps agregam mais informações e produtos e serviços. Dele e de terceiros. O 'open finance' turbina esse processo em prol do consumidor. Se o consumidor tem duas, três contas em diferentes instituições financeiras, vai poder agregar todas as suas informações em um único local", afirmou o diretor de Regulação do BC, Otavio Damaso, em junho.
O BC, citou algumas funcionalidades dos "superaplicativos":
• o usuário poderá escolher de qual banco retirar recursos ao fazer um PIX;
• se o cliente precisar de crédito, o aplicativo mostrará a taxa de juros que cada banco oferece para a operação;
• o cliente pode converter moeda física para moeda digital, e vice-versa, entre o mesmo banco, ou diferentes instituições financeiras;
• pode realizar investimentos, possibilitando uma maior competição sobre as taxas de retorno;
* se tiver ações de empresas em um banco, outras instituições financeiras vão saber e poderão oferecer um custo de 'custódia' (manutenção) mais barato;
• bancos começarão a competir pelos serviços ofertados, como crédito, por exemplo, pois saberão as taxas que outros cobram. E será possível fazer a "portabilidade do crédito".
• unificação do fluxo financeiro de débitos e créditos em uma única ferramenta.
"Se quiser fazer crédito, vai aparecer a taxa de juros que cada banco para aquela operação. Vai poder competir online pela sua operação", disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nesta sexta-feira (11), durante participação no Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap).
Campos Neto afirmou no fim do ano passado que, em sua visão de futuro, não é inteligente esperar que as pessoas tenham que lidar com diferentes aplicativos para acessar diferentes instituições financeiras.
O Banco Central divulgou que não precisa regulação adicional para os agregadores financeiros, já que os regulamentos do open finance já possibilitam esse tipo de produto.