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  • Governo irá retomar o imposto de importação em veículos elétricos para 'estimular indústria nacional’


  • A taxação deverá ser restabelecida a partir de janeiro, com cotas de isenção até 2026. O governo também irá reonerar lista com 73 produtos químicos para reverter 'danos à indústria nacional'.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), composta por representantes dos ministérios da área econômica do governo federal, resolveu retomar o imposto de importação para carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in que são comprados fora do país, assim como para 73 produtos químicos.

No caso dos carros elétricos, a taxação retornará a partir de janeiro de 2024.

“O Brasil é um dos principais mercados automobilísticos do mundo. Temos de estimular a indústria nacional em direção a todas as rotas tecnológicas que promovam a descarbonização, com estímulo aos investimentos na produção, manutenção e criação de empregos de maior qualificação e melhores salários”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, a Camex determinou uma retomada gradual das alíquotas criando cotas de isenção para importações até 2026.

No mês de dezembro, o governo divulgou que será publicada portaria para disciplinar a distribuição dessas cotas entre os importadores e permitir a entrada de novas empresas.

De acordo com Alckmin, a transição da indústria automobilística mundial para a eletrificação é uma “realidade incontornável”.

“É chegada a hora de o Brasil avançar, ampliando a eficiência energética da frota, aumentando nossa competitividade internacional e impactando positivamente o meio ambiente e a saúde da população”, completou Alckmin.

Imposto de importação

De acordo com o governo, as porcentagens de “retomada progressiva” de tributação para os automóveis irão variar com os “níveis de eletrificação” e com os processos de produção de cada modelo, além da produção nacional.

-para os carros híbridos, a alíquota do imposto começa com 12% em janeiro de 2024; 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026.

-para híbridos plug-in, serão 12% em janeiro, 20% em julho, 28% em 2025 e 5% em 2026. Para os elétricos, a sequência é 10%, 18%, 25% e 35%.

No caso de “automóveis elétricos para transporte de carga”, ou caminhões elétricos, que começarão com taxação de 20% em janeiro e chegarão aos 35% já em julho de 2024. “Nesse caso, a retomada da alíquota cheia é mais rápida porque existe uma produção nacional suficiente”.

Cotas

O governo explicou que as empresas têm um prazo até julho de 2026 para continuar importando com isenção até determinadas cotas de valor, que são estabelecidas por modelo.

-Para híbridos: cotas de US$ 130 milhões até julho de 2024; de US$ 97 milhões até julho de 2025; e de US$ 43 milhões até julho de 2026.

-Para híbridos plug-in: US$ 226 milhões até julho de 2024, US$ 169 milhões até julho de 2025 e de US$ 75 milhões até julho de 2026.

-Para elétricos: nas mesmas datas, respectivamente US$ 283 milhões, US$ 226 milhões e US$ 141 milhões.

-Para os caminhões elétricos: US$ 20 milhões, US$ 13 milhões e US$ 6 milhões.

Segundo Geraldo Alckmin, a deliberação de hoje representa um real incentivo para que novas indústrias se instalem ou iniciem produção de veículos eletrificados, gerando emprego e renda.

“A sustentabilidade é garantida pelo privilégio às tecnologias de baixo carbono”, completou.

Produtos químicos

Já no caso dos produtos químicos, o governo divulgou que a retomada do imposto de importação visa “reverter impactos negativos causados à indústria nacional, em razão do expressivo aumento das importações e da forte variação de preços”.

“O setor registra que o volume de importações sobre a demanda interna cresceu 47% entre janeiro e agosto deste ano, comparado a igual período do ano passado”, explicou o Ministério do Desenvolvimento.

Com o retorno das tarifas normais, que haviam sido reduzidas em maio deste ano, o imposto de importação sobre os 73 produtos químicos subirá entre 0,4 e 1,4 ponto percentual.