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O preço do petróleo dispara após guerra entre Israel e Hamas: mercado teme impactos sobre a inflação
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O barril de petróleo avançou mais de 4% nas primeiras horas do dia nesta segunda-feira, próximo ao patamar de US$ 90.
- Por Camilla Ribeiro
- 09/10/2023 21h22 - Atualizado há 1 ano
Após o início da guerra entre Israel e Hamas, que iniciou na madrugada de sábado (7), quando o grupo islâmico provocou uma série de ataques contra o território israelense, o preço do petróleo subiu em todo o mundo.
Apesar do Brasil não ter nenhuma relação direta com o conflito, a economia do país também pode sofrer impacto, justamente pela disparada da commodity.
Nesta segunda-feira, primeiro dia útil após o início da guerra, o barril de petróleo avançou mais de 4% nas primeiras horas do dia, próximo ao patamar de US$ 90.
Especialistas da área explicam que, no curto prazo, os impactos sobre o Brasil são menores, limitados às oscilações do dólar e da bolsa de valores.
Porém, caso a guerra se agrave ainda mais e persista por muito tempo, haveria impactos mais diretos por conta das travas na produção e distribuição do combustível.
Uma alta considerável do petróleo tem como consequência direta a elevação do preço dos produtos derivados, como gasolina e diesel.
Combustíveis mais caros afetam que diretamente a inflação, já que são parte essencial de diversas cadeias produtivas e de distribuição.
Como a guerra impacta no valor do petróleo?
Apesar do surto no mercado de petróleo que ocorreu nesta manhã, o internacionalista do Instituto Global Attitude Rodrigo Reis aponta que a região onde estão situados Israel e Palestina não é uma grande produtora de petróleo.
Assim, os impactos no preço do combustível têm motivações indiretas.
A dúvida crescente nos mercados é o ganho de escala do conflito e o possível envolvimento de aliados, atingindo a política de outros países do Oriente Médio. O maior risco está numa possível participação do Irã.
Até então, não existe sinal de que o país se envolverá, porém o governo iraniano é um importante apoiador do grupo Hamas.
Assim, no caso de a comunidade internacional impor sanções ao território palestino, "o Irã poderá exercer sua influência junto aos demais países da Opep para cortar a produção e elevar o preço do petróleo", comenta o assessor de investimentos Danilo Paske, da Criteria Investimentos.
O especialista destaca que a oferta da commodity no mundo já é menor em quase um século, por conta dos poucos investimentos feitos no setor e as ameaças de recessão global, que costumam diminuir a demanda pelo produto.
Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama, declara que além de ser uma região que produz boa parte do petróleo mundial, o Oriente Médio também é um importante ponto de passagem da commodity até chegar aos seus destinos.
"Se o conflito perdurar e transbordar, afetando outros países da região, pode fazer (o petróleo) subir acima de US$ 100, pois estamos falando de uma região que tradicionalmente tem perfil bélico", diz o economista.
Quando o preço do petróleo sobe de forma significativa, a tendência é que os preços dos combustíveis e derivados no Brasil também sofram um aumento.