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  • Dividendos da Petrobras: Debate sobre distribuição 'está encaminhado', diz Haddad


  • A decisão da estatal de não pagar parte dos lucros a acionistas provocou tombo nas ações. Ao ser questionado sobre troca na Petrobras, Haddad disse que não trata desse tema com Lula.

Nesta segunda-feira (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que as discussões sobre a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras estão "encaminhadas" e que o Conselho de Administração da estatal deve decidir sobre o tema ainda este mês.

No mês passado, a Petrobras decidiu reter R$ 49,3 bilhões em dividendos extraordinários, que seriam pagos aos acionistas.

Essa medida provocou um tombo de R$ 55,3 bilhões no valor de mercado da empresa, além de criar problemas para o governo federal, maior acionista da petroleira.

"Estamos falando com os diretores da Petrobras, com alguns conselheiros, para que o presidente possa ter tranquilidade de que o plano de investimento da Petrobras não vai ser prejudicado por falta de financeiro. Não é esse o problema. Então isso vai dar segurança para que a diretoria, agora, possa tomar com tranquilidade uma decisão. Mas eu penso que está bem encaminhado nisso", declarou.

Os dividendos compõem uma parcela do lucro da estatal que é repartida entre os acionistas. Essas parcelas podem ser ordinárias (pagamento mínimo estabelecido) ou extraordinárias (além do mínimo, de acordo com regras da Petrobras).

Quando a empresa não paga os dividendos é interpretado pelo mercado como um sinal de menor rentabilidade da estatal.

A estatal divulgou o pagamento dos dividendos mínimos e reteve os extraordinários dizendo que o montante retido ajudaria a empresa a aumentar sua capacidade de financiar investimentos.

Diante disso, a situação mudou com o entendimento qua Fazenda precisa de mais recursos para zerar o déficit cumprindo a numera.

Como o governo é o principal acionista da Petrobras, também deve receber recursos dos dividendos.

O Conselho de Administração da Petrobras se reuniu última sexta-feira (5) iniciando a discussões sobre a distribuição dos dividendos retidos. 

Troca no comando da Petrobras

Essa discussão sobre dividendos extraordinários está relacionada a uma crise na estatal que pode levar à demissão do atual presidente da empresa, Jean Paul Prates.

Segundo aliados do presidente Lula, Prates cometeu uma "sequência de erros" e avaliam como irreversível a reversão do desgaste do chefe da Petrobras.

Ao ser questionado sobre uma possível troca no comando da estatal, Haddad disse que não trata desse tipo de assunto com o presidente Lula (PT).

"Eu não discuto isso com o presidente, o que discuto com o presidente são cenários econômicos da empresa e do Executivo", declarou.