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  • Conta de luz está mais cara: como economizar energia, apesar da bandeira vermelha


  • O Brasil está vivendo uma seca bastante severa e o custo da energia deve permanecer elevado nos próximos meses.

O Brasil está vive uma das maiores secas de sua história recente provocada por uma severa redução no volume de água nos reservatórios de geração de energia elétrica. 

O país é muito dependente das hidrelétricas, uma estiagem traz impactos diretos na conta de luz do brasileiro.

Aproximadamente 51,6% do total da carga produzida é proveniente das hidrelétricas, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). 

Quando a capacidade diminui muito, é preciso utilizar o apoio de termelétricas, que são mais caras e menos eficientes.

Na tentativa de compensar o preço, o governo acionou neste mês a bandeira tarifária "vermelha patamar 1", que adiciona um custo extra para a conta de luz, com base nas condições de produção energética do período.

Essa nova bandeira provoca uma cobrança a mais de R$ 4,46 a cada 100 quiloawatt-hora consumidos pelas famílias.

Algumas alternativas podem ser úteis para reduzir o consumo de energia, sendo uma boa saída para que as despesas da família não disparem.

Veja algumas dicas para economizar:

-Chuveiro é o maior vilão da conta de luz

O chuveiro elétrico é o equipamento que mais consome energia e o que mais pesa na conta de luz do consumidor. Um uso inteligente durante os banhos pode ser a chave para uma redução significativa dos gastos com energia.

Thiago Batista, engenheiro de Eficiência Energética da Cemia, diz que o tempo de calorão traz uma "grande oportunidade de economia", porque os chuveiros podem ser colocados numa temperatura menor gastando menos energia.

"Ao colocar a chave do chuveiro na posição verão, as pessoas podem ter economia de, aproximadamente, 30% do consumo do aparelho ligado em sua potência máxima", diz o especialista.

O engenheiro destaca também que é importante manter o mesmo tempo de uso do equipamento, ou até reduzir. "Não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho".

A Cemig aconselha que o consumidor pode evitar o uso do chuveiro entre 17h e 22h, horários de pico.

Uma outra dica mais drástica já bem conhecida: fechar o chuveiro para ensaboar o corpo ou os cabelos.

-Geladeira também consome bastante

De acordo com a Cemig, a geladeira é o segundo equipamento que mais consome energia dentro de casa, por conta de seu tempo de uso e o "abre e fecha". 

Isso ocorre porque a entrada de ar quente na geladeira faz com o que o equipamento precise trabalhar mais para refrigerar os alimentos, consumindo mais energia.

O engenheiro aponta que alimentos ainda quentes não devem ser armazenados no eletrodoméstico, o que faz com que o motor tenha que funcionar por mais tempo, aumentando os gastos.

A utilização da parte de trás das geladeiras, que são mais quentes, como forma de secar roupa é contraindicado porque eleva o consumo.

Thiago Batista também aconselha que o consumidor seja atencioso com a borracha de vedação do equipamento, porque se as portas não se fecharem totalmente, o consumo será maior.

"Para saber se a borracha de vedação está em bom estado, faça o seguinte teste: coloque uma folha de papel entre a porta e a geladeira, feche a porta e tente retirar a folha, se ela sair com facilidade, está na hora de trocar a borracha. Repita o teste em vários pontos da porta da geladeira", diz Batista.

-Ar-condicionado ou ventilador?

A opção mais barata para lidar com as altas temperaturas é sempre o ventilador e seu consumo de energia também é menor que o de um ar-condicionado.

Porém, o engenheiro da Cemig afirma que é importante ter atenção ao tempo de uso do equipamento, evitando deixá-lo ligado se a pessoa deixar o ambiente ou quando as temperaturas já estiverem agradáveis.

"O consumo de energia depende de duas variáveis: potência dos equipamentos, em watts (W), e tempo de utilização, em horas. Para utilizar corretamente a energia, deve-se atuar nessas duas variáveis. Por isso, mesmo que o ventilador tenha uma potência menor, se o aparelho ficar por longo período ligado, o cliente poderá ter um aumento significativo na conta de energia", explica Batista.

Ainda sobre o uso do ventilador, o indicado é manter os ambientes abertos e ventilados durante sua utilização, para reduzir a necessidade de manter o equipamento em uma alta frequência.

O ar-condicionado é um aparelho com alto consumo de energia: a cada 1ºC mais baixo, existe um gasto cerca de 10% mais elevado do consumo de energia, explica Thiago Godoy, especialista em educação financeira e fundador da Papai Financeiro.

Para quem planeja comprar um ar-condicionado, o educador ressalta que é necessário levar em conta quais são as necessidades do espaço, para não comprar um que utilize mais energia que o necessário.

Devem entrar na conta:

-O tamanho do ambiente a ser climatizado;

-A eficiência energética do aparelho;

-As características do clima local.

Caso exista dúvidas sobre qual equipamento é o mais apropriado para o espaço é necessário falar com profissionais para tomar uma decisão mais acertada.

Dessa forma, Batista, da Cemig, aponta que há uma forma prática de entender qual a melhor opção de aparelho para cada consumidor.

“Para as residências, existem dois modelos: o do tipo janela, menos eficiente, e o split, que tem tecnologia inverter e é mais eficiente", pontua o especialista.

"Na aquisição de qualquer um deles deve-se dar preferência para aqueles cuja etiqueta indique o consumo anual provável e multiplicar pela tarifa de energia encontrada na conta de luz. Dessa forma, o consumidor terá uma boa ideia do quanto cada equipamento 'gastará' no ano, pois esse consumo foi padronizado para uma utilização típica no país", explica Batista.

Os modelos com selo Procel de eficiência energética podem trazer uma economia no longo prazo.