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Corte da Selic pela 3ª vez seguida; taxa básica de juros cai de 12,75% para 12,25% ao ano
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Com essa redução, a Selic alcançou seu menor nível desde maio de 2022, quando estava em 11,75% ao ano. A Selic tem papel fundamental na política monetária, influenciando todas as taxas de juros no país.
- Por Camilla Ribeiro
- 01/11/2023 20h36 - Atualizado há 1 ano
Nesta quarta-feira (1), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, de 12,75% ao ano para 12,25% ao ano.
Este corte foi o terceiro seguido na taxa básica de juros, que começou a apresentar queda em agosto deste ano.
Essa decisão de hoje foi unânime, todos os membros do Copom votaram a favor da redução de 0,5 ponto percentual.
O colegiado sinalizou em comunicado emitido após a reunião, que poderá cortar novamente a Selic neste mesmo patamar, 0,5 ponto percentual, no próximo encontro.
"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".
A Selic alcançou seu menor nível desde o início de maio de 2022, quando estava em 11,75% ao ano.
Ainda neste ano terá apenas mais uma reunião do Copom, marcada para os dias 12 e 13 de dezembro.
Se a previsão de redução se concretizar, a Selic deve terminar 2023 no patamar de 11,75% ao ano. Essa previsão já era esperada pelo mercado financeiro.
Metas fiscais
O comitê defendeu a importância de perseguir as metas fiscais já estabelecidas.
"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas".
Nos últimos dias, aumentou a discussão sobre uma possível mudança da meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024.
Essa discussão se acentuou após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer, em conversa com jornalistas, que o país não precisa de uma meta fiscal zero no próximo ano.
"Eu não quero fazer corte de investimentos de obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que que é? De 0,25%. o que é? Nada", disse Lula na última semana.
O equilíbrio nas contas públicas, sem resultado negativo nem positivo, está previsto no arcabouço fiscal, nova regra que foi aprovada neste ano para o controle de despesas do governo.
Essas metas também constam no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), e no projeto de Orçamento (PLOA) para 2024. As propostas foram enviadas pelo Executivo ao Congresso Nacional e ainda precisam ser aprovadas pelos parlamentares.
Copom e Selic
O Copom é composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia.
Esse comitê é responsável por definir o patamar da Selic a cada 45 dias. Que é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação.
Essa taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e também das aplicações financeiras.
Aviso do Copom
Em comunicado, o Copom avalia que o cenário internacional demanda "cautela" na condução da política monetária aqui no Brasil.
Isso acontece, de acordo com o comitê, o ambiente externo está "adverso" por conta da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da inflação em diversos países e de novas tensões geopolíticas - o que, segundo o Copom, "exige atenção e cautela por parte de países emergentes".
Sobre o Brasil, o comitê diz que a inflação ao consumidor está em trajeto de desinflação, mas ainda acima do intervalo de tolerância da meta de inflação.
"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", diz o comunicado.
Como são tomadas as decisões
Para estabelecer a taxa básica de juros e tentar segurar a alta dos preços, no sistema de metas de inflação, o BC faz projeções para o futuro.
A instituição já está estudando a meta do ano que vem, e também para o primeiro semestre de 2025.
Isso acontece porque as mudanças na taxa demoram de seis a 18 meses para apresentar um impacto pleno na economia.