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PIB de 2,9%, Haddad comemora e diz que o Brasil precisa investir mais para crescer
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O Ministro da Fazenda teceu comentários sobre os resultados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (1º). A atividade econômica teve alta de 2,9% em 2023.
- Por Camilla Ribeiro
- 01/03/2024 21h08 - Atualizado há 9 meses
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, comentou nesta sexta-feira (1º) os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) que foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB obteve uma alta de 2,9% em 2023. O PIB é a soma de todos os bens e serviços que são produzidos no país.
Esse indicador mede a evolução da economia brasileira. Haddad falou sobre o resultado fechado do ano que surpreendeu até mesmo o governo, que esperava alta em torno de 2% no início do mandato.
“Muita gente imaginava que, em virtude da política monetária muito restritiva, o PIB do 2º semestre do ano passado ia cair. Muita aposta de que haveria uma desaceleração a ponto de nós termos uma pequena retração na economia”, comentou.
“A economia desacelerou. Taxa de juro, vocês estão acompanhando, continua das mais altas do mundo. O PIB desacelerou, mas não o suficiente para nos tirar do entorno ali dos 3%”, completou Haddad.
O ministro complementou dizendo que o resultado traz confiança dos agentes para a economia brasileira, porém reconhece que existe um processo de desaceleração e o primeiro trimestre de 2024 apresentará impactos.
Haddad lembrou também que o consumo das famílias e o ano excepcional da agropecuária foram fundamentais para o resultado obtido do ano passado.
O ministro reforçou que o país precisa de investimentos para obter um crescimento sustentável.
“Uma coisa boa que aconteceu no quarto trimestre é que teve uma ligeira melhora na formação bruta de capital e isso é bastante importante porque nós precisamos de investimento para fazer a economia rodar”, disse o ministro.
Com as taxas de juros altas, os empresários seguram investimentos e não renovam infraestrutura, não fazem ampliações e contratações. Esses são fatores que prejudicam o potencial de crescimento para a economia nos próximos anos.
“Nós queremos criar um ambiente de negócio necessário para que o empresário invista fortemente, porque esse investimento é que realmente melhora as condições econômicas. Com investimento, você cresce sem risco inflacionário”, disse o ministro.
Projeções feitas pela equipe econômica
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda fez estimativa nesta sexta-feira (1º) que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano poderá registrar um crescimento de 2,2%.
Caso essa estimativa seja confirmada, haverá nova desaceleração do ritmo de expansão da economia.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o PIB brasileiro avançou 2,9% quando comparado com o ano anterior.
Esse resultado final foi muito próximo ao de 2022, quando a atividade econômica brasileira obteve alta de 3%.
De acordo com o mercado financeiro e segundo pesquisa realizada pelo Banco Central na última semana, o ritmo de atividade do país crescerá menos do que o estimado pelo Ministério da Fazenda, com 1,75% de alta.
De acordo com a SPE, do Ministério da Fazenda, a projeção para o crescimento de 2,2% para a economia neste ano se baseia nos seguintes pontos:
-menor contribuição do setor agropecuário comparativamente a 2023;
-recuperação da atividade na Indústria – guiada pela retomada dos investimentos produtivos e continuidade da expansão da produção extrativa mineral;
-estabilidade no ritmo de expansão dos Serviços, com a menor contribuição de benefícios fiscais sendo compensada pelo avanço do crédito e resiliência do mercado de trabalho.
"A perspectiva é de crescimento mais homogêneo entre atividades cíclicas – impulsionadas pelo patamar menos contracionista dos juros [juros menores do que em 2023] – e não cíclicas", completou o Ministério da Fazenda.