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  • Fiz Um PIX Na Conta Errada: O Que Fazer E Como Recuperar O Dinheiro


  • Não devolver uma transferência recebida por engano pode ser considerado como crime de apropriação indébita

Imagina só, você está tranquilamente em casa, curtindo uma série de televisão quando, de repente, recebe uma notificação no celular informando que caiu um PIX de R$ 500 na sua conta, e o mais surpreendente: você não estava esperando por isso! 

A princípio, é natural sentir uma mistura de alegria e alívio, afinal, é uma ajuda inesperada nas contas do mês. No entanto, é importante lembrar que ficar com um dinheiro que não é seu pode ser considerado crime de apropriação indébita.

O exemplo citado acima realmente aconteceu com a estudante Julia Penafort, de Macapá (AP). 

A estudante recebeu um PIX por engano e devolveu o valor integral — Imagem: Reprodução

Ela recebeu um PIX de R$ 500 por engano e imediatamente entrou em contato com o banco para saber como proceder. Em seguida, ela recebeu uma mensagem da pessoa que fez o PIX pedindo a devolução e mesmo sem a solicitação, a estudante decidiu devolver o valor completo. 

O destinatário também insistiu para que ela ficasse com R$ 50, mas ela recusou.

“Ele me mandou o nome completo dele, CPF, aí eu chequei os dados e devolvi. Ele pediu desculpas pelo engano e agradeceu bastante por eu ter sido, como ele falou, muito honesta", conta Julia.

Infelizmente, nem todos agem da mesma forma. Caso o destinatário não devolva o valor recebido por engano de forma voluntária, é possível buscar assistência da Justiça, como explicado por Breno Lobo, consultor do Banco Central do Brasil.

Enviei Um PIX Errado. Como Cancelar?

Quando ocorre um envio de PIX por engano, é importante entender que o cancelamento da transferência só é possível caso ela tenha sido agendada e ainda não tenha sido efetivada.

Nesse caso, o consultor sugere que a primeira ação seja tentar entrar em contato com a pessoa que recebeu o valor por engano. 

Ao realizar a transferência, o remetente tem acesso aos dados pessoais do destinatário, como nome completo e agência bancária, o que pode ser utilizado para localizá-lo e solicitar a devolução. 

Se a chave PIX utilizada for o celular ou o e-mail, torna-se ainda mais fácil identificar a pessoa.

A Pessoa Não Quer Devolver O PIX, O Que Fazer?

Caso a tentativa de solucionar a situação de forma amigável não seja bem-sucedida, o consultor sugere que a pessoa que enviou o PIX por engano entre em contato com o banco responsável, fornecendo os dados da pessoa que recebeu o valor incorretamente. 

O banco poderá tomar as medidas necessárias para entrar em contato com a instituição bancária do destinatário e solicitar a devolução dos recursos.

No caso de todas as tentativas anteriores falharem, o advogado recomenda que a pessoa registre um boletim de ocorrência e procure a Justiça. 

Nesse caso, ela deve entrar com um processo judicial alegando o equívoco cometido e aguardar a decisão do juiz, que poderá determinar a obrigatoriedade da devolução por parte da pessoa que recebeu o PIX indevidamente.

“No Juizado de Pequenas Causas, a parte que recebeu vai ter que explicar a origem do dinheiro. Se for caso de erro, não tem jeito, ela vai acabar tendo que devolver”.

Cai No Golpe Do PIX, O Que Fazer?

O que fazer se levou um golpe do PIX — Imagem: reprodução

Para lidar com casos de golpes envolvendo o PIX, o Banco Central disponibiliza o Mecanismo Especial de Devolução (MED). Ao identificar a fraude, a vítima deve entrar em contato com seu banco para iniciar o procedimento de bloqueio do valor na conta do fraudador, impedindo saques ou transferências.

Após o início do processo, o banco do fraudador tem até sete dias para analisar o caso. Caso reconheça a fraude e concorde com a devolução, o banco retira os recursos da conta do fraudador e os devolve ao usuário prejudicado. 

No entanto, se a conta do fraudador não possuir fundos suficientes, o valor não poderá ser devolvido pelo MED, e a vítima terá que buscar assistência judicial.

É importante ressaltar que o MED não é aplicável a situações de desacordos comerciais ou erros de compra, por exemplo. 
Além disso, o banco do fraudador não é responsável por usar seus próprios recursos para compensar a vítima do golpe.