-
TSE decide pela inelegibilidade de Bolsonaro até 2030
-
Ministra Cármen Lúcia proferiu o voto decisivo em favor da condenação
- Por Rone Felipe
- 30/06/2023 13h36 - Atualizado há 1 ano
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria e decidiu tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030, devido às práticas de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O voto da ministra Cármen Lúcia foi o quarto, em uma composição de sete votos, a favor da condenação.
Antes dela, o relator do caso, ministro
Benedito Gonçalves, e os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos
Tavares já haviam votado no mesmo sentido.
No início de sua manifestação, Cármen Lúcia anunciou seu alinhamento ao voto de Benedito, corregedor-geral do TSE. Ela identificou abuso na reunião realizada por Bolsonaro com embaixadores estrangeiros em julho do ano passado, na qual o ex-presidente atacou o sistema eleitoral.
A ministra destacou que não é aceitável um servidor público utilizar
espaços públicos, equipamentos públicos e transmissões públicas para fazer
ataques aos ministros e prejudicar a própria democracia.
A ministra considerou que o argumento da
defesa de Bolsonaro de que a reunião tinha o propósito de um "diálogo
institucional" com diplomatas não convence, pois a ocasião se tratou, de
fato, de um monólogo, no qual apenas Bolsonaro falou, sem permitir perguntas.
Agora é a vez do ministro Nunes Marques
proferir seu voto. Ele iniciou a leitura de seu voto, indicando que não pediu
mais tempo para análise, mesmo diante das pressões sofridas pelo bolsonarismo
nas últimas semanas. Em seguida, o presidente da Corte, ministro Alexandre de
Moraes, irá votar.
Até o momento, o ministro Raul Araújo é o
único isolado em sua posição. Ele afirmou que a reunião de Bolsonaro com
embaixadores no Palácio da Alvorada não foi grave o suficiente para justificar
a pena extrema da inelegibilidade.