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  • "A gente nunca está seguro", relata Lula em relação a atual liderança da Abin


  • Lula tem sido pressionado para alterar o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

Na terça-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que "a gente nunca está seguro", ao mencionar sobre a situação da atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

"O senhor tem segurança da Abin de hoje?", questionou o jornalista. Lula respondeu: "a gente nunca está seguro"

De acordo com o presidente, o atual diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa, foi nomeado devido a possuir um histórico de diretor da Polícia Federal entre 2007 e 2010.

"É uma pessoa que eu tenho muita confiança e por isso que o chamei, já que eu não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele."

Mesmo sem mencionar nomes, ainda de acordo com Lula, "não há clima" para continuação de um dos integrantes dessa equipe. 

Conforme falado nos corredores do Palácio do Planalto, a expectativa é que a qualquer momento ocorra a demissão do número 2 da agência, Alessandro Moretti.

"Dentro da equipe dele tinha um cidadão que mantinha relação com o deputado Ramagem, inclusive que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Ora, se isso for verdade, não há clima para esse cidadão continuar na polícia.”

“Mas antes de você fazer a condenação a priori, é importante que a gente investigue corretamente, que a gente apure, que a gente garanta o direito de defesa", acrescentou.

Na quinta-feira (25), Ramagem foi suspeito de mandados de busca e apreensão em investigação da Policia Federal que investiga suposta utilização política da Abin.

Na segunda-feira (29), a Polícia Federal conduziu nove mandados de busca e apreensão em nova fase da Operação Vigilância Aproximada.

Esta investigação visa a o monitoramento ilegal de autoridades durante a gestão do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem, que liderou o órgão durante o governo Bolsonaro.

Os alvos incluíram o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente. 

Membros da PF estiveram no gabinete do vereador na Câmara Municipal do Rio, em sua residência na Barra da Tijuca e na casa da família em Angra dos Reis, litoral fluminense, onde Carlos se encontrava com o pai. 

Durante operação, os policiais apreenderam dois celulares e um computador.

A PF está investigando se Carlos recebeu informações provenientes de esquema clandestino de escuta sobre investigações que miravam sua família.

De acordo com a defesa do vereador, os agentes apreenderam também um tablet de um assessor de Jair Bolsonaro, que não estava mencionado no mandado de busca e apreensão.