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Programa espião: PF descobre na Abin esquema para invasão em massa de computadores
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A Polícia Federal prendeu na sexta-feira (20) dois servidores da agência por suspeita de rastreamento de celulares e, no material apreendido na mesma operação, encontrou um tipo de 'arapongagem', por meio de programas invasivos.
- Por Camilla Ribeiro
- 26/10/2023 21h21 - Atualizado há 1 ano
As apreensões realizadas durante a operação com o objetivo de apurar a conduta de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em suposto rastreamento de celulares estão revelando um outro esquema clandestino de espionagem.
Foi encontrado pelos investigadores encontraram no material recolhido, e sob investigação, outros dispositivos invasivos que estavam sendo utilizados para invasão em massa de computadores.
Essa ferramenta de invasão por meio de um malware (software que causa danos) acessa todo o conteúdo dos computadores, segundo fontes.
A implantação clandestina pode ocorrer via disparo de um e-mail, por uma mensagem de texto, por WhatsApp web e também por acesso físico ao computador (pen drive), alvo de espionagem.
A vítima que foi infectada não percebe que ocorreu a invasão. E imediatamente todo conteúdo do computador passa a ser acessado pelos espiões.
Os investigadores agora procuram descobrir melhor quantos computadores foram infectados e espionados. E quem foram os alvos.
Essas informações seguem sob sigilo para não atrapalhar os desdobramentos das apurações sobre estes sistemas ilegais de espionagem criados por servidores e ex-servidores da Abin.
A Polícia Federal trouxe à tona, semana passada, um possível esquema criminoso de rastreamento de celulares conduzidos pela Abin.
Foram feitos mais de 33 mil acessos sobre a localização de aparelhos de ministros do STF, auxiliares, funcionários da corte, servidores públicos, jornalistas, políticos e policiais, dentro outros.
A PF realizou na operação 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal.
A agência disse que colaborou com a Polícia Federal e que a operação é retaliação.
A empresa que forneceu este sistema foi alvo de busca e apreensão. No entanto, segundo fontes, a nova descoberta, que envolve esquemas de invasão de computadores, não é da mesma empresa que vende o rastreamento de geolocalização de aparelhos de telefone.
Essa descoberta levará a PF a ir atrás também da ponta fornecedora das ferramentas de intrusão de computadores.