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Ano de “colheita”: disse Lula sobre 2024, critica discurso de ódio e pede união: 'Que o Brasil abrace o Brasil'
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O presidente fez pronunciamento de Natal em rede nacional de rádio e TV. Lula citou os atos golpistas de 8 de janeiro, disse que a democracia saiu fortalecida e listou objetivos alcançados pelo governo em 2023.
- Por Camilla Ribeiro
- 25/12/2023 11h16 - Atualizado há 11 meses
Neste domingo (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronunciamento de Natal, listou medidas tomadas pelo governo nestes primeiros 12 meses de mandato e disse que 2024 será um ano de "colheita generosa".
O presidente também defendeu novamente ações de combate a discursos de ódio e pediu união nacional. O presidente afirmou que seu desejo de fim de ano é que "o Brasil abrace o Brasil".
O pronunciamento de Lula foi transmitido em rede nacional de rádio e TV. Durou 5 minutos.
Lula abriu sua fala mencionando as "sementes" plantadas pelo governo ao longo do ano.
"2023 foi o tempo de plantar e de reconstruir. Aramos o terreno, lançamos as sementes, aguamos todos os dias, cuidamos com todo o carinho do Brasil e do povo brasileiro. Criamos todas as condições para termos uma colheita generosa em 2024", disse o presidente.
Ele citou a aprovação, no Congresso, da reforma tributária e da taxação dos fundos exclusivos. Essas medidas na visão do governo, irão dinamizar a economia e melhorar a arrecadação.
O presidente também citou programas sociais, uma das marcas que busca imprimir em seus governos. Ele destacou a volta do Bolsa Família e investimentos no Farmácia Popular.
Uma outra medida lembrada pelo governo foi o "Desenrola", que renegociou dívidas da população com descontos de até 98%.
O pronunciamento do presidente também teve espaço para a segurança pública, um tema explorado pela oposição para criticar a gestão do petista.
"Aumentamos os investimentos em saúde e educação e estamos apoiando os estados no combate ao crime organizado. Além de armamento pesado, apreendemos R$ 6 bilhões em bens do narcotráfico, entre dinheiro vivo, apartamentos, mansões, automóveis de luxo e até aviões e helicópteros" .
União nacional e atos golpistas
O presidente lembrou os atos golpistas de 8 de janeiro, uma semana após ele ter tomado posse, quando terroristas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes.
De acordo com Lula, a ação dos golpistas teve o efeito contrário ao esperado por eles, e a democracia saiu fortalecida após ter sido atacada.
"O ódio de alguns contra a democracia deixou cicatrizes profundas e dividiu o país. Desuniu famílias. Colocou em risco a democracia. Quebraram vidraças, invadiram e depredaram prédios públicos, destruíram obras de arte e objetos históricos. Felizmente, a tentativa de golpe causou efeito contrário", destacou o presidente.
Lula disse também que é preciso selar a paz entre amigos e familiares que brigaram por causa de política.
"Ao final daquele triste 8 de janeiro, a democracia saiu vitoriosa e fortalecida. Fomos capazes de restaurar as vidraças em tempo recorde, mas falta restaurar a paz e a união entre amigos e familiares. Meu desejo neste fim de ano é que o Brasil abrace o Brasil", declarou
Números do governo
Lula enfatizou alguns números de seu governo considerados positivos pelo Palácio do Planalto.
-Amazônia: o presidente frisou que o desmatamento na Floresta Amazônica caiu 68% em novembro.
-PIB: Lula afirmou que o PIB de 2023 deve ser maior que o esperado no início do ano e que o Brasil subiu da posição de 12ª maior economia do mundo para o 9º lugar.
-Emprego: outro dado citado foi sobre o mercado de trabalho. Lula disse que foram criados 2 milhões de empregos com carteira assinada e que o salário mínimo de 80% das categorias subiu acima da inflação.
Cenário internacional
Lula também disse que, em 2023, o país "voltou a ter um governo de verdade". Ele defendeu a atuação de sua gestão no cenário internacional.
"O país voltou a ser ouvido nos mais importantes fóruns internacionais, em temas como o combate à fome, à desigualdade, a busca pela paz e o enfrentamento da emergência climática", declarou Lula.