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Depoimento de Élcio sobre o dia da morte de Marielle Franco
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Acordo entre a Polícia Federal e MP do Rio de Janeiro se encarregou da operação que prendeu nesta segunda-feira Maxwell Simões Corrêa, o Suel, ex-bombeiro.
- Por Camilla Ribeiro
- 24/07/2023 14h14 - Atualizado há 1 ano
Com delação premiada entre a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
O ex-PM, Élcio de Queiroz prestou detalhes sobre a morte de Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes.
O julgamento ainda não foi definido, porém Élcio já está preso desde de 2019, assim como o ex-policial Ronnie Lessa.
Entre outros detalhes, Élcio contou que o ex-bombeiro, Maxwell Simões Corrêa, o Suel é outro membro do crime.
•Marielle perseguida e tentativa de assassinato em 2017
•As horas que antecederam crime
•O crime
•Fuga para casa da mãe de Lessa
•Desova do carro
Marielle perseguida e tentativa de assassinato em 2017
No Ano Novo de 2017, Élcio relatou que Lessa disse para ele que estava elaborando um crime.
Os envolvidos eram ele e o PM Edmilson (que foi morto em novembro de 2021), estavam “para pegar a mulher que estavam monitorando alguns meses”, no entanto eles não revelaram quem era essa mulher.
Lessa disse para Élcio, que em 2017 quase mataram, mas por conta de uns problemas no carro não conseguiram.
Ronnie acredita que Maxwell teria inventado esses problemas no carro para escapar do crime.
Além disso, Lessa declarou detalhes das funções de cada, o Maxwell iria dirigir, Ronnie armado no banco de trás junto com Edmilson também armado.
As horas que antecederam crime
12h: Élcio é convidado por Ronnie Lessa para participar do atentado
Élcio disse que estava trabalhando, mas por volta das 12h recebeu uma mensagem de Lessa perguntando onde ele se encontrava e pedindo ajuda para que ele dirigisse para ele.
Logo depois, recebeu fotos de algumas mulheres, que segundo Élcio não conseguiu identificar pois já tinha expirado.
16h: Élcio foi chamado para ir na casa de Lessa
Era cerca das 16h quando Élcio recebeu novamente mensagem de Lessa pedindo para se encontrar em sua casa, na Barra da Tijuca.
17h: na casa de Ronnie Lessa
Contou que quando chegou os dois se dirigiram para um local, alguns metros atrás do seu condomínio.
Lá havia um carro à espera deles. A pedido de Lessa, Élcio tinha deixado o seu celular no carro de Ronnie.
No banco de trás do carro, Élcio viu Ronnie Lessa vestindo um casaco preto, tirando de uma bolsa uma submetralhadora, colocando o silenciado, colocando a toca e usando o binóculo para analisar o local.
Naquele momento, Lessa disse para Élcio que estavam indo até Marielle Franco, que era algo pessoal.
Logo depois, Marielle chega no local, e se não fosse o movimento na rua, Élcio contou que ele cogitou a matá-la lá mesmo.
O crime
21h: Perseguição
Ficaram na espera da saída dela em um evento, até que Marielle, Fernanda Chagas (assessora de Marielle) e Anderson deixam o local.
Durante a perseguição, notaram que havia um carro preto que poderia ser a polícia junto ao carro de Marielle, porém continuaram.
21h30: Morte
No caminhou, o veículo de Marielle havia desacelerado por contra de outro carro na contramão.
Com isso, Lessa mandou Élcio emparelhar os carros e com o vidro aberto fez os disparos.
Fuga para a casa da mãe de Lessa
21h48: Fugindo para a moradia da mãe de Ronnie Lessa
Após chegaram em Meier, bairro onde ficava a casa da mãe de Lessa, o irmão de Ronnie pediu um táxi para eles, cerca de 18 minutos após os disparos.
O destino era a Barra da Tijuca, lá se encontram com Maxwell e ficaram debatendo sobre os detalhes do crime.
Desova do carro
No dia seguinte, os três estavam em Meier para dar fim no carro. Retiraram todos os vestígios do ato, alteraram a placa.
Maxwell levou até Rocha Miranda, onde estaria o quarto membro do grupo, Edmilson Barbosa dos Santos, o “Orelha”, que iria se desfazer do carro.