:

  • Depoimento de Bolsonaro: Moraes nega pedido da defesa e diz que PF pode manter data


  • A defesa do ex-presidente entrou com pedido para adiamento do depoimento que estava marcado para quinta (22), e argumentou que não teve acesso a todo o material da investigação.

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu não atender ao pedido do ex-presidente, Jair Bolsonaro, e determinou que a Polícia Federal  pode manter a data do depoimento.

O depoimento diz respeito a investigação sobre tentativa de golpe de Estado. A defesa de Bolsonaro entrou com o pedido de adiamento da data.

De acordo com a PF, Bolsonaro e aliados estavam se organizando para não reconhecer o resultado das eleições e mantê-lo no poder.

O depoimento está marcado para quinta-feira (22).

A defesa do ex-presidente afirmou que ele tem "total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência". Porém, buscam preservar o direito à ampla defesa.

A defesa argumentou também que a decisão autorizando a operação sobre o tema há duas semanas "contém excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a defesa não teve acesso até hoje".

Moraes discordou. De acordo com o ministro, a defesa do ex-presidente já teve acesso integral ao material das investigações.

"Informe-se a Polícia Federal que inexiste qualquer óbice para a manutenção da data agendada para o interrogatório uma vez que aos advogados do investigado foi deferido integral acesso aos autos", escreveu o ministro.

Outros depoimentos

Em Brasília, outros investigados serão ouvidos nesta semana:

-Jair Bolsonaro

-General Augusto Heleno

-Anderson Gustavo Torres

- Marcelo Costa Câmara

-Mário Fernandes

-Tércio Arnaldo

-Almir Garnier

-Valdemar Costa Neto

-Paulo Sérgio Nogueira

-Cleverson Ney Magalhães

-Walter Souza Braga Netto

A investigação

A operação foi chamada de Tempus Veritatis e foi deflagrada no último dia 8 de fevereiro e tendo como alvos, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele que estão sendo investigados por tentar realizar um golpe de Estado no país invalidando as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os desdobramento des inquéritos que estão tramitando no STF a operação trabalha seguindo a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos agindo de maneira simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.

A realização de uma reunião ministerial em 15 de julho de 2022 compõe uma grande parte da investigação. 

Durante a reunião Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para entrar em ação. Os advogados do presidente declaram que ex-presidente nunca pensou em golpe.