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PF investiga morte da menina Heloísa em ação da PRF
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O ministro da Justiça chamou o caso de 'tragédia' e disse que um processo administrativo da PRF já está apurando eventuais responsabilidades. Heloísa dos Santos Silva morreu 9 dias após ter sido baleada na cabeça, em ação da PRF.
- Por Camilla Ribeiro
- 17/09/2023 12h49 - Atualizado há 1 ano
Flávio Dino, ministro da Justiça, disse neste sábado (16) que a Polícia Federal está investigando a ação onde agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) provocaram a morte de uma garotinha.
A menina Heloísa dos Santos Silva,de 3 anos, foi baleada em abordagem da corporação da PRF em Seropédica, no Rio de Janeiro.
De acordo com Dino, a investigação da PF é mais uma das ações do Ministério da Justiça para apurar o caso.
O ministro classificou o caso como uma "tragédia". Um processo administrativo da PRF já apura eventuais responsabilidades na ação.
"Quanto à apuração de responsabilidade administrativa, reitero que o processo administrativo foi instaurado no mesmo dia da ocorrência. Minha decisão só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina. Também já há Inquérito Policial na Polícia Federal, que será enviado ao MPF e à Justiça", disse o ministro em uma rede social.
Heloísa dos Santos Silva teve sua morte confirmada neste sábado (16), 9 dias após ter sido baleada na cabeça em uma abordagem da PRF no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica.
A prisão preventiva de três agentes da corporação já foi pedida à justiça pelo Ministério Público Federal.
Os agentes envolvidos na morte de Heloísa são: Fabiano Menacho Ferreira — que admitiu ter feito os disparos —, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva.
Entenda o caso
A menina Heloísa foi baleada dentro do carro de sua família. Ainda estavam no carro da família os pais, a irmã de 8 anos e uma tia. Dois disparos de fuzil atingiram Heloísa.
O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ser o autor dos disparos contra o carro da família de Heloísa.
O agente declarou ter ouvido disparos vindos da direção do carro e atirado 3 vezes. De acordo com ele, a placa indicava que o veículo era roubado.
O pai de Heloísa, William Silva, dirigia o veículo, disse que passou pelo posto da PRF e não foi abordado em nenhum momento, mas percebeu que uma viatura da polícia passou a segui-lo e ficou muito próximo ao seu carro.
A família também disse não ter conhecimento de que havia comprado um carro roubado.
Nota da PRF
A PRF disse, em nota, que se solidariza com os familiares da criança. E afirmou também que a Comissão de Direitos Humanos segue acompanhando a família “para acolhimento e apoio psicológico”.
Depoimento dos agentes envolvidos
Em primeiro depoimento dos agentes prestado à Polícia Civil, Fabiano Menacho Ferreira disse ser o autor dos disparos de fuzil que atingiram a menina.
Ele disse também que os policiais ficaram com a atenção voltada para o veículo Peugeot 207, e que a placa indicava que o carro era roubado.
Eles dirigiram atrás do veículo, ligaram o giroflex e acionaram a sirene para que o condutor parasse, depois de cerca de 10 segundos atrás do veículo, ouviram barulho de disparo de arma de fogo e chegaram a se abaixar dentro da viatura.
Fabiano Menacho disse então, que disparou três vezes com o fuzil na direção do Peugeot porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veículo da família de Heloísa.
Os outros policiais, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.
Desde o primeiro momento, a família disse que o tiro partiu de uma viatura da PRF.