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  • Eleições 2024: o número de registro para candidaturas municipais no país apresenta queda


  • Segundo dados do TSE, até 19h desta quinta-feira (15), o Brasil soma 447 mil registros para os cargos de prefeito, vice e vereador. O número é 19% menor do que os 557 mil candidatos na eleição de 2020.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quantidade de candidatos que foram inscritos para concorrer nas eleições municipais de outubro deste ano caiu 19% quando comparado com a eleição municipal de 2020. O 1º turno ocorre no dia 6 de outubro.

Até as 19h01 desta quinta-feira (15), data limite para o pedido dos registros, havia 451.988 candidaturas confirmadas no site do tribunal.

 Em 2020, o Brasil registrou um número recorde de 557.678 candidatos para concorrer aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador na última eleição municipal. Esse número foi alto apesar de ocorrer em pleno ano de pandemia de Covid-19.

Os registros online já finalizaram às 8h, já a entrega presencial dos documentos nos juízos eleitorais se encerrou às 19h. Esta é a primeira queda desde a eleição municipal de 2008.

O registros presenciais demandam mais tempo até serem aprovadas e computadas no sistema online. Dessa maneira, o número ainda pode mudar, a expectativa é de que não será o bastante para mudar o cenário de queda entre 2020 e 2024.

Essa é a primeira queda no total de candidatos municipais desde 2008, na época  381.327 foi o número de registros feitos no TSE. Houve crescimento contante nas três eleições municipais seguintes: em 2012, 2016 e 2020.

Segundo a última atualização do TSE, o número deste ano aponta queda de 20% no total de candidatos comparado à eleição anterior. O número absoluto é de quase 100 mil candidaturas a menos.

Em 2024, são 15.341 registros para prefeito, uma queda de 21% em relação às 19.379 candidaturas em 2020.

A queda é de 22% para candidaturas a vice-prefeito: 15.415 contra 19.814.

A disputa para vereadores, há um total de 421.232 registros aprovados para 2024, 19% menos ao ser comparado aos 518.485 concorrentes na eleição passada.

No total, o país tem 5.569 prefeituras em disputa nas cinco regiões e uma média de quase 3 candidatos para prefeito e vice. No entanto, as vagas para vereador são 58.464, com média de 7 candidatos para cada cadeira nas Câmaras Municipais.

Possibilidades que justificam a queda

Segundo a doutora em ciência política Vera Chaia, professora de Política da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, existem algumas hipóteses para a queda, como: descrença na política, custo das campanhas eleitorais, coligações limitando candidatura, entre outros.

"[É preciso] Ver a relação entre os partidos políticos com as regiões e candidatos. Isso porque quem escolhe os candidatos são os partidos e preferem aqueles que possuem maior capital político, que tragam rendimentos políticos para os partidos", avalia a especialista.

Para o cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Jairo Nicolau, a queda nas candidaturas ocorreu por conta da dificuldade de os partidos conseguirem eleger os candidatos em cidades menores.

"Estamos em um processo de compactação. Depois da pulverização plena do quadro partidário, estamos agora em um outro desenho de concentração, para um de compactação", analisa.

Essa avaliação leva em consideração o quociente eleitoral, que é a conta feita para a definição do número de votos necessário para se eleger um candidato. 

O cálculo realizado pega o total de votos e divide pelo total de vagas para determinado cargo.

De acordo com Nicolau, diminuiu a margem de erro para os partidos escolherem candidatos. 

"Se eu lanço um candidato a prefeito, por exemplo, numa cidade média. Se não tem dinheiro, se ele não é competitivo, você está perdendo tempo. Vários partidos passaram a fazer essa conta porque o cenário agora é de restrição", aponta.