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  • Luís Roberto Barroso foi vaiado em congresso da UNE


  • Ministro do STF foi vítima de protesto feito por um grupo de pessoas que são a favor do piso nacional de enfermagem e contra ao impeachment de Dilma Rousseff.

Nesta quarta-feira (12), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso foi vaiado durante um congresso feito pela União Nacional dos Estudantes (UNE), na Universidade de Brasília (UnB).

O ato foi feito por um grupo de pessoas que além de vaiar levaram cartazes a favor do piso nacional da enfermagem e contra o impeachment da Dilma Rousseff.

Em um dos cartazes estava escrito: “Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”.

Em seu discurso, Barroso defendeu a democracia e a liberdade de manifestação, ademais do enfrentamento à ditadura militar e ao bolsonarismo no país.

"Eu saio daqui com a energia renovada. Pela concordância e pela discordância. Porque essa é a democracia que nós conquistamos. Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo, para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas", disse Barroso. 
"Obrigado de coração por me permitirem esse reencontro com a minha própria juventude e com um passado do qual me orgulho e um compromisso que conservo até hoje, que é fazer um país melhor e maior", finalizou.

Declaração do STF

O Ministro do STF Luís Roberto Barroso, o Ministro da Justiça, Flavio Dino, e o Deputado Federal Orlando Silva estiveram juntos, no Congresso da UNE, para uma breve intervenção sobre autoritarismo e discursos de ódio. Todos eles participaram do Movimento Estudantil na sua juventude. Apesar do divulgado, os três foram muito aplaudidos. As vaias - que fazem parte da democracia - vieram de um pequeno grupo ligado ao Partido Comunista Brasileiro, que faz oposição à atual gestão da UNE. Como se extrai claramente do contexto da fala do Ministro Barroso, a frase “Nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo” referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição.

Declaração da UNE

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) repudia a atitude antidemocrática de grupos minoritários, que na abertura do 59º Congresso da entidade desrespeitou a fala dos familiares de Honestino Guimarães e do ministro do STF Luís Roberto Barroso. Em um ato em memória aos 50 anos do desaparecimento de Honestino Guimarães e de defesa da Democracia estas atitudes são lamentáveis.

A UNE é uma instituição quase centenária, que em toda sua história se propôs a reunir amplos setores sociais em defesa da democracia, da educação e do Brasil. Procuramos neste momento reafirmar esse compromisso, ao receber pela primeira vez desde a redemocratização um ministro do STF em nosso congresso, onde colocamos a nossa defesa pela prisão de todos aqueles que atentaram ao estado democrático recentemente, principalmente, o que foi o principal arquiteto deste ataque, o Bolsonaro.

Sobre o piso da enfermagem 

Barroso é relator de uma das ações que discutiu no STF sobre o piso nacional da enfermagem.

Segundo ele, também ajudou a promover o pagamento do piso.

"E, mais que isso, fui eu que consegui o dinheiro da enfermagem, porque não tinha dinheiro", declarou Barroso. "E não tenho medo de vaia porque temos um país para construir", completou o ministro.

Em conjunto com o ministro Gilmar Mendes, os dois liberaram o pagamentos, porém com condições.