:

  • Presentes oficiais recebidos por Bolsonaro teve venda ilegal ultrapassando R$ 1 milhão, diz PF


  • Operação realizada nesta sexta mira ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid, e o pai dele, Mauro César Cid por possíveis crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal acredita na hipótese que o grupo de militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) possa ter vendido ilegalmente mais de R$ 1 milhão em presentes oficiais dados por delegações estrangeiras ao Governo Federal.

Nesta sexta-feira (11) a Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ) contra militares e assessores de Bolsonaro envolvidos nessas supostas operações criminosas.

De acordo com investigações existe quatro alvos: 

•o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid

•o pai dele, o general do Exército Mauro Cesar Lorena Cid

•o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti

•o advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça.

Essa ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito  que investiga uma suposta milícia atuante contra a democracia.

A operação foi batizada "Lucas 12:2", em alusão ao versículo da Bíblia que diz: "Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".

"Há muitos estudos que mostram que compra e venda de joias é um caminho clássico de corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos veem como um crime 'seguro', que ficará escondido para sempre. Por isso, é essencial sempre investigar o assunto, quando há indícios de ilegalidades", disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma rede social. 

Pai de Mauro Cid realizou negociação de joias nos EUA

Mauro César Lorena Cid é general do Exército e foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), durante os anos 1970.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, o militar assumiu o cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

De acordo com as investigações, o general foi o responsável por negociar as joias e os demais bens nos EUA e recebia os valores em sua conta bancária.

A Polícia Federal brasileira já solicitou um acordo de cooperação internacional com os Estados Unidos para quebrar o sigilo dessa conta.