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  • Silvinei Vasques ex-diretor da PRF é preso em operação sobre blitze no 2º turno das eleições 2022


  • Vasques era comandante da PRF quando corporação desrespeitou ordem do TSE e intensificou ações em rodovias no 2º turno, sobretudo no Nordeste.

Silvinei Vasques foi preso nesta quarta-feira (9) durante operação que investiga interferência no segundo turno das eleições em 2022. Vasques é ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal.

Natural de Ivaiporã, no Paraná, Silvinei tem 48 anos e, de acordo com informações divulgadas por ele próprio, é graduado em economia, administração, direito e segurança pública.

Silvinei entrou na PRF em 1995 e fez parte da corporação por 27 anos. Em dezembro de 2022, recebeu aposentadoria voluntária integral, sem perda de salário.

Vasques já havia sido exonerado do cargo de diretor-geral pelo ex-presidente Jair Bolsonaro  alguns dias antes.

A prisão de Vasques aconteceu em Florianópolis, e deve ser transferido para Brasília ainda nesta quarta.

Os mandados de prisão foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em 30 de outubro, no segundo turno das eleições presidenciais, a PRF realizou blitze que interferiram na movimentação de eleitores, sobretudo no Nordeste, onde Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

Na véspera das eleições, o diretor-geral da PRF declarou voto em Bolsonaro.

Vasques é réu por improbidade administrativa nesse caso.

Alexandre de Moraes determinou suspensão imediata das blitz sob pena de prisão de Vasques. A ordem foi desrespeitada.

Relatório aponta que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do 2º turno das eleições de 2022.

Vasques negou em depoimento à CPI dos Atos Golpistas que tenha havido qualquer omissão ou irregularidade na atuação da PRF.

"Nossos policiais estavam lá para garantir a segurança. Nesse dia, não foi registrado nenhum acidente grave com ônibus e vans", disse, sobre o dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições.

O ex-diretor também alegou que seria impossível articular uma atuação irregular em todo o país.

"Grande parte dos nossos policiais eram eleitores do presidente Lula. Não há, não é possível cometer esse crime. Não como parar 13 mil policiais sem ter uma conversa por WhatsApp, Telegram, sem um e-mail enviado. Nenhum participou ou ouviu alguma coisa. Não tem como fazer uma operação dessa e envolver 13 mil policiais sem ter uma simples conversa de corredor", disse.