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  • Conclusão da PF sobre a atuação de Bolsonaro, militares e ex-ministros sobre plano golpista


  • O ex-presidente chegou a discutir com militares o documento para mudar o resultado das eleições. PF também aponta apoio aos atos golpistas e envolvimento do PL, partido de Bolsonaro.

A conclusão das investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de estado para manter Jair Bolsonaro no poder revelaram que o ex-presidente pediu ajustes na minuta do golpe.

 O então presidente também discutiu o seu teor com militares e membros do alto escalão do seu governo, mostraram a atuação de ex-assessores para articular e financiar atos golpistas e o envolvimento do  PL, partido de Bolsonaro, no plano.

A operação que foi realizada nesta quinta-feira (8) utilizou como alvo o próprio Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele e militares de alta patente. 

Para fazer essas apurações foram levados em conta inquéritos em andamento, a delação dos ex- ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid e mensagens encontradas no celular dele.

Alguns pontos revelados pela PF:

-O então presidente Bolsonaro discutiu o conteúdo da minuta do golpe e solicitou ajustes. A primeira versão previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, outra prisão prevista era a do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Bolsonaro pediu que esses nomes fossem retirados do documento. Ele também quis que fosse mantido o trecho que previa a realização de novas eleições.

-Bolsonaro convocou generais e comandantes das Forças Armadas para apresentar a minuta e pressioná-los a adesão ao golpe.

-O governo mantinha uma estrutura de inteligência paralela monitorando a agenda de autoridades e era comandada pelo ex-assessor especial de Bolsonaro Marcelo Câmara.

-A agenda de Alexandre de Moraes era uma das que eram monitoradas em tempo integral para, caso fosse dado o golpe militar, ele pudesse ser preso. 

-A organização tinha como objetivo cinco eixos de atuação: 1 - ataques virtuais a opositores; 2 - ataques às instituições (STF e TSE) e ao sistema eleitoral; 3 - tentativa de golpe de estado; 4 - ataques às vacinas contra a Covid-19; e 5 - uso da estrutura do estado para obter vantagens, como desvios de bens.

-Pessoas próximas a Bolsonaro, como Mauro Cid, auxiliaram na articulação e financiamento dos atos golpistas que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Ele orientou e recebeu de um major do Exército pedido de R$ 100 mil para ajudar na organização dos atos em Brasília.

-O PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas que atacavam as urnas eletrônicas

-Policiais encontraram na sede da legenda, documento com argumentos para a decretação de estado de sítio. O advogado Fábio Wajngarten, que representa Bolsonaro, disse que se o "padrão do conteúdo não condiz com as tradicionais e reconhecidas falas e frases do presidente. Afirmou ainda que "não tem limite a vontade de tentar trazer o Presidente Jair Bolsonaro para um cenário político que ele jamais concordou".