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Vitória da direita e do centrão é o reflexo sobre a condução da economia do país
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O perfil de vitoriosos fala muito sobre expectativas de eleitores sobre como Brasil deve ser administrado, não só na pauta dos costumes, mas também da economia
- Por Camilla Ribeiro
- 07/10/2024 20h55 - Atualizado há 2 meses
Neste domingo aconteceu as eleições municipais e os seus resultados deram vitória inconteste ao campo político da direita e dos candidatos identificados com o chamado centrão, uma mistura de ideologias com tendência maior para a centro-direita.
Apesar de não ser uma novidade no país, este perfil dos vitoriosos fala muito sobre as expectativas dos eleitores sobre como o Brasil será administrado, não só sobre os costumes, mas também sobre a economia.O perfil da direita brasileira e seu entorno tem programas mais liberais na economia, a favor das privatizações e, pelo menos em tese, de uma maior responsabilidade fiscal.
Porém também é inegável que o populismo habita nos discursos e, a despeito da presença do ministro mais liberal que já passou pela Fazenda, Paulo Guedes, as medidas populistas foram aceleradas no governo Bolsonaro.
As urnas disseram à esquerda brasileira é que a fórmula e o pacote oferecido aos brasileiros não convencem mais a maioria.
Existe uma mistura entre as expectativas sobre as pautas de costume, os valores sociais que vão prevalecer, até porque, tudo depende de como a economia irá reagir aos novos comportamentos.
Uma alerta de que o resultado econômico puro e simples não é suficiente está nas pesquisas mais recentes sobre avaliação do governo Lula.
Apesar do crescimento mais forte e o menor desemprego em uma década, aumentou a percepção de que as coisas não vão bem.
A aprovação do presidente petista ainda encontra-se em patamar elevado, porém perdeu pontos nas últimas semanas.
Através do resultado das eleições municipais temos uma confirmação de que as demandas sociais mudaram, o que vai exigir uma correção de rumos de Lula e seu partido.
Ao pensar que o estado tudo resolve, que é o poder público que define o que é prioridade para os cidadãos, que os cofres públicos não têm limite, o governo petista pode acelerar sua perda de espaço político.
O recado que os brasileiros deram por meio da votação também serve para o Congresso Nacional, que tem responsabilidade sobre boa parte do desarranjo fiscal que o país enfrenta agora.
Apropriando-se de fatia considerável do orçamento federal, aprovar benefícios sem lastro e resistir à transparência na alocação do dinheiro público, o parlamento se distancia do que a expectativa da maioria revelada pelas urnas apresenta.
Esse quadro somado com a radicalização e a violência política impondo uma reação responsável e coordenada daqueles que estão hoje no poder.