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Autonomia do BC e transição sem 'arroubo político' é defendida pelo número 2 de Haddad
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Nesta terça-feira (6), Dario Durigan falou sobre o assunto em um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central termina em 31 de dezembro.
- Por Camilla Ribeiro
- 06/08/2024 22h38 - Atualizado há 4 meses
Dário Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, afirmou nesta terça-feira (6) ser a favor da autonomia do Banco Central.
O ministro também defendeu uma transição "sem arroubo político" ao fim da gestão de Roberto Campos Neto, em 31 de dezembro.
Durigan representou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um painel realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com a presença do vice-presidente Geraldo Alckimim.
O secretário-executivo declarou que a transição do comando do Banco Central é importante para evitar sobressaltos na economia.
Na avaliação dele, a autonomia, aprovada no governo de Jair Bolsonaro, (PL), impede "oposição política" no órgão.
"Fazer a transição da autoridade monetária também com responsabilidade, sem arroubo político. Somos a favor da autonomia do Banco Central. A autonomia do Banco Central garante que não haja oposição política no Banco Central, que haja diálogo técnico, que haja entendimento, isso é muito importante", declarou Durigan.
A posição que Durigan está tomando contrasta com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é crítico da autonomia do Banco Central.
O presidente Lula costuma dizer em entrevistas que, em seus mandatos anteriores, o então presidente do banco, Henrique Meirelles, tinha autonomia para trabalhar.
Na avaliação do presidente, a mudança na legislação priorizou interesses do mercado financeiro.
"Aí resolveram entender que era importante colocar alguém sabe que tivesse um Banco Central independente, que tivesse autonomia. Autonomia de quem? Autonomia de quem? Autonomia para servir quem? Autonomia para atender quem?", disse Lula em junho.
Lula ainda não fez o anúncio do nome para substituto de Roberto Campos Neto, cujo mandato como presidente do Banco Central termina em dezembro. A indicação precisa ser aprovada pelo Senado.
O favorito ao cargo é Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central. Ele atuou na campanha de Lula e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda na gestão de Fernando Haddad.