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Invasão do Equador a embaixada do México é condenada pelo governo e diz que ato abre ‘grave precedente’
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Agentes invadiram a sede missão diplomática e prenderam ex-vice-presidente. Normas estabelecem inviolabilidade de embaixadas. Itamaraty prestou solidariedade a mexicanos.
- Por Camilla Ribeiro
- 06/04/2024 18h47 - Atualizado há 8 meses
Neste sábado (6), o governo brasileiro condenou a invasão que a polícia equatoriana fez na embaixada do México em Quito e disse que o ocorrido abre um "grave precedente".
A invasão ocorreu durante a noite de sexta-feira (5). De acordo com a Associated Press, um grupo de policiais se dirigiu até o local para efetuar a prisão de Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador que está condenado a seis anos de prisão por corrupção.
"A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização. O governo brasileiro manifesta, finalmente, sua solidariedade ao governo mexicano", diz a nota do Itamaraty.
Glas estava na embaixada desde dezembro 2023, ele recebeu asilo politico do México e alega ser vítima de uma perseguição da Procuradoria-Geral do Equador.
Após o episódio, governo do México fez um anúncio dizendo ter suspenso as relações diplomáticas existentes com o país.
O Ministério das Relações Exteriores ressaltou, em nota, que a ação viola a Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.
De acordo com as normas os locais de uma missão diplomática são invioláveis.
Em suas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva replicou a nota: "Toda minha solidariedade ao presidente e amigo @lopezobrador'", escreveu, em apoio ao presidente do México, López Obrador.
Relações diplomáticas
Segundo a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, os locais de missões de um país dentro de um outro, como embaixadas e consulados, são considerados invioláveis. Equador e México fizeram a adesão à regra na década de 1960.
Ainda de acordo com o tratado, a entrada de agentes de estado dentro desses locais precisa de uma autorização do chefe da missão estrangeira.
No caso do Equador, a polícia precisaria solicitar permissão ao embaixador mexicano para ingressar na Embaixada do México.