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Descriminalização do porte de drogas não pode vir por decisão do Judiciário, diz Pacheco;
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Essa declaração foi dada após o Supremo Tribunal Federal (STF) realizar uma pausa no julgamento que discute se é crime uma pessoa portar maconha para uso próprio.
- Por Camilla Ribeiro
- 06/03/2024 21h38 - Atualizado há 9 meses
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, PSD-MG), disse nesta quarta-feira (6) que a descriminalização do porte de drogas em casos de consumo pessoal não pode acontecer por meio de uma decisão do Judiciário.
Essa declaração foi dada após o Supremo Tribunal Federal (STF) realizar uma pausa no julgamento que decidirá se é crime uma pessoa portar maconha para uso próprio.
O julgamento da Corte está com um placar de 5 votos a favor da descriminalização, e 3 votos para manter o porte do entorpecente como crime.
"O que não podemos permitir é a descriminalização, inclusive por uma decisão judicial. Evidentemente que construções jurisprudenciais, a partir de casos concretos, que estabeleçam critérios de classificação de crime, se tráfico ou de uso, isso é absolutamente normal no âmbito do Judiciário. O que nós não concordamos é, obviamente, com a desconstituição, por uma decisão judicial, daquilo que o Congresso decidiu que deve ser crime", declarou Pacheco.
No tribunal, a maioria dos ministros votou para que o porte, especificamente o de maconha para consumo pessoal, não seja mais enquadrado como crime.
Ainda dessa forma, caso a tese seja colocada em prática, a pessoa flagrada com a droga poderá levar advertência e ser obrigada a cumprir medida educativa.
Aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa uma proposta que inclui na Constituição ser crime a posse e o porte de entorpecentes "independentemente da quantidade".
"A razão de ser da PEC é apenas para garantir que a Lei Antidrogas tal como concebida possa fazer prever crimes — sejam crimes graves de tráfico de drogas, seja um crime de menor potencial ofensivo, como o é porte para uso —, mas é crime e tem consequência jurídica, e é bom que o seja até para preservação da juventude do Brasil", declarou Pacheco.
O relator da matéria, Efraim Filho (PB ), e senadores da oposição, nesta terça (5), pressionaram para que a proposta fosse votada.
No entanto, o presidente da Casa optou por esperar o desfecho da discussão no STF. O ministro da corte Dias Toffoli pediu vista nesta quarta e ainda não há data estipulada para a retomada dos votos.
Pacheco resolveu aguardar depois conversar, de forma reservada, com ministros do tribunal.
O ministro André Mendonça estipulou um prazo de 180 dias para que o Congresso possa definir essas normas, que vão possibilitar uma separação mais explícita do comportamento de um traficante para o de uma pessoa que compra a droga somente para consumo pessoal.