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Código de Ética do Exército é publicado com regras contra fake news e diretriz para 'uso correto das redes'
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O documento não cita politização, porém fala em desenvolver 'pensamento crítico do militar' e 'escudo' contra 'desvios comportamentais que indiquem ambição e vaidade pessoais'.
- Por Camilla Ribeiro
- 04/11/2024 21h42 - Atualizado há 1 mês
Uma nova Política de Ética Profissional e Liderança foi publicada pelo Exército e deverá funcionar como um "código de ética" para os militares nos próximos três anos.
De acordo com o documento, as novas regras foram publicadas em um "momento de profunda reflexão" do Exército sobre "os valores e princípios éticos e morais e sobre a liderança no âmbito" da corporação.A nova política determina uma série de diretrizes que orienta a conduta dos militares com o objetivo de reforçar a "respeitabilidade" da Força.
O novo código de ética foi publicado no Diário Oficial da União na última semana e revelado nesta segunda-feira (4).
Entre os objetivos do documento estão:
- fortalecer, "em todos os escalões, o entendimento e a aplicação da ética profissional e da liderança militar".
- preparar os militares para um "mundo eivado de ações precipitadas, de abordagem superficial, de visão imediatista e contextualizadas em ambiente informacional conturbado".
- manter nos militares um "escudo contra desvios comportamentais que ofendam os valores da Instituição ou que indiquem a ambição e a vaidade pessoais adiante dos interesses da Força".
- desenvolver "o pensamento crítico do militar [...] para adequar-se ao ambiente virtual";
- direcionar o uso correto das redes sociais, com ênfase no combate à desinformação.
Essas novas diretrizes possuem validade até 2027, um ano após as eleições presidenciais.
O documento não faz referência a governos e tão pouco às eventuais manifestações políticas dos militares.
O Exército, na última semana, fez a indicação de três coronéis que estavam envolvidos na elaboração de uma carta golpista após a vitória de Lula nas eleições de 2022.
O código traz uma série de especificações para que os militares evitem disseminação de conteúdos falsos e estejam cientes sobre crimes virtuais.
"O ambiente digital, com sua velocidade e superficialidade, possui a capacidade de potencializar as limitações da liderança, dificultando a influência e o direcionamento de esforços para alcançar os objetivos institucionais", diz o documento.
A orientação que é abordada no texto é que o "líder militar" conheça profundamente o contexto em que atua, cercando-se de assessores zelosos que não sejam "meros repetidores de opiniões alheias, amplamente disseminadas nas redes sociais".