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  • Acordo Mercosul-União Europeia: Lula diz não querer 'política em que eles ganhem e a gente perca'


  • Brasil assume hoje presidência do Mercosul e grupo prepara respostas para condições da UE.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (4) que o Mercosul está formulando uma resposta para a União Europeia que apresente condições para a conclusão de acordo de comércio entre os blocos.

As condições impostas pelo bloco europeu para finalização do acordo são consideradas uma "ameaça" ao nosso país, de acordo com Lula. 

O presidente já  declarou que não aceitará "imposições" e disse que "não quer uma política em que eles ganhem e a gente perca".

"Estamos agora preparando outra resposta, porque vamos a Bruxelas discutir com a UE e os países da América Latina, e precisamos ter uma resposta do que nós queremos pra consolidar o acordo. Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha, a gente não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca", disse.

Essa declaração foi dada durante o programa "Conversa com o Presidente", realizado semanalmente nas redes sociais de Lula e foi conduzida pelo jornalista Marcos Uchôa, da TV Brasil.

Nesta terça-feira (4), durante cerimônia o Brasil comandará, pelos próximos seis meses, a presidência do Mercosul e a nova proposta à UE deve ser discutida no encontro. 

O presidente Lula deverá assumir protagonismo nas negociações.

"Eu quero fazer uma presidência exemplar. Quero me dedicar para que, nesses seis meses, a gente possa, inclusive, concluir o acordo com a União Europeia e começar a pensar em outras coisas", afirmou.
"Queremos discutir o acordo, mas não queremos imposição para cima de nós."

Acordo Mercosul-UE

Esse acordo que foi negociado desde 1999 já teve a parte comercial finalizada em 2019 e está em fase de revisão pelos países dos dois blocos.

A União Europeia apresentou neste ano um documento adicional ao Mercosul prevendo sanções no que diz respeito às questões ambientais.

O conteúdo do documento foi considerado por Lula uma ‘ameaça’.

Em campanha eleitoral de 2022, o candidato na época e agora presidente Lula se comprometeu a finalizar as tratativas de acordo entre os blocos.

Durante visita a Brasília, em junho, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também defendeu a conclusão desse acordo ainda esse ano.