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  • CPI dos Atos Golpistas pede à Abin relatórios enviados ao governo de transição


  • O ex-diretor da agência disse que relatórios apontavam presença de 'extremistas' no acampamento em frente ao quartel do Exército em Brasília.

A CPI dos Atos Golpistas sofridos pelo Congresso Nacional, aprovou nesta quinta-feira (3) um pedido à Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O pedido sugere que o órgão disponibilize os relatórios de inteligência que foram enviados entre outubro e dezembro do ano passado ao então governo de transição.

A oposição acusa o atual governo de Lula (PT)  de omissão no que diz respeito sobre a montagem do esquema de segurança no dia 8 de janeiro. 

A base aliada, no entanto, declarou que a oposição quer tirar o foco das investigações sobre quem incitou, organizou e financiou os atos golpistas.

O ex-diretor da Abin, Saulo Cunha, em depoimento prestado à comissão disse aos parlamentares que, durante a transição de governo.

A agência produziu relatórios indicando a presença de “extremistas” no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

Ainda de acordo com Cunha, a Abin também produziu alertas de inteligência entre 2 de janeiro e a madrugada do dia 8 informando que havia no acampamento pessoas que incitavam a invasão e a ocupação de prédios públicos.

Durante a ocasião, Cunha declarou que os relatórios e os alertas foram enviados aos órgãos do sistema brasileiro de inteligência.

Entretanto, não tinha como assegurar quem de fato havia lido os informes. 

Cunha disse ainda, que em ocasiões nas quais há indícios de crime o Ministério da Justiça e a Polícia Federal são informados.

Episódios antidemocráticos

Requerimento aprovado nesta quinta-feira foi apresentado pela relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

"A ação antidemocrática do dia 8 de janeiro decorreu de uma série de outros movimentos, articulados por todo o país, que se intensificaram a partir do mês de outubro com o resultado das eleições de 2022, como os acampamentos instalados próximos de unidades militares em várias capitais do país", declarou Eliziane no requerimento.

Na última terça, durante o depoimento à CPI, o ex-diretor da Abin declarou que “não são fatos isolados” os atos golpistas praticados de 8 de janeiro em Brasília.

Houve os atos de:

-vandalismo em Brasília em 12 de dezembro;

-os bloqueios de rodovias por caminhoneiros bolsonaristas contra o resultado das urnas;

-e a tentativa de um bolsonarista de explodir uma bomba nos arredores de Brasília.

"Nós encaminhamos uma série de relatórios, que estão à disposição da CPMI. Esses relatórios – vou falar superficialmente porque estão sob sigilo – obviamente enxergam uma sucessão de fatos, certo? Não são fatos isolados. Esses relatórios foram encaminhados não só à CPMI, mas também foram encaminhados à Polícia Federal, que está conduzindo o inquérito sobre atos extremistas", respondeu o ex-diretor da Abin.