Caso Marielle: Mulher De Ronnie Lessa Desmente A Versão Do Ex-PM

Ronnie Lessa, o acusado de atirar em Marielle Franco e Anderson Gomes, enfrenta problemas com seu álibi. Em um novo depoimento, sua esposa desmentiu sua versão de que ele estava em casa na noite do crime.

Esse fato contribuiu para que Élcio de Queiroz, outro réu no caso, optasse por fazer um acordo de delação e revelar detalhes sobre o assassinato.

Como consequência da delação de Élcio, Maxwell Simões, apontado como cúmplice no plano para matar Marielle, foi preso e transferido para um presídio de segurança máxima em Brasília, onde permanecerá em cela individual.

Élcio, em um vídeo ao qual o Jornal Nacional teve acesso, falou detalhadamente sobre os assassinatos durante duas horas e meia.

As informações fornecidas por ele foram corroboradas por um vasto conjunto de provas, o que o levou a romper o pacto de silêncio com o amigo e cúmplice, Ronnie Lessa, ex-policial militar reformado que está detido sob acusação de ter realizado os disparos contra Marielle e Anderson.

Além da relação de amizade, investigadores descobriram que Lessa mentia para evitar que Élcio confessasse o crime. Uma das mentiras era negar ter pesquisado sobre Marielle na internet, como se ela estivesse sendo monitorada.

Esposa de Ronnie Lessa desmente o marido e derruba álibi sobre a noite do assassinato de Marielle — Foto: Reprodução

No entanto, o Ministério Público e a Polícia Federal comprovaram que Lessa pagou por acesso a um site privado de dados pessoais e realizou pesquisas utilizando os CPFs de Marielle e de sua filha, bem como sobre um endereço que a vereadora havia visitado dois dias antes do crime.

As novas provas também desmentiram a versão dada pelos dois réus sobre suas atividades na noite do assassinato. O depoimento recente da própria esposa de Ronnie Lessa, Elaine Lessa, confirmou que ele não estava em casa naquele momento.

Élcio confessou que dirigiu o carro durante o crime, enquanto Lessa efetuou os disparos contra as vítimas, após ser confrontado com as evidências.

As cláusulas da delação de Élcio de Queiroz estão sob sigilo, e sua pena será estabelecida em um futuro julgamento, não havendo acordo para que ele não enfrente um júri popular, de acordo com o Ministério Público do Rio.