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Em Reunião Do G7, Lula Critica O Papel Da ONU Na Guerra Da Ucrânia
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Lula e Zelensky, presidente da Ucrânia, ficaram frente a frente pela 1ª vez para tratar sobre acordo de paz
- Por Anderson Santos
- 21/05/2023 09h20 - Atualizado há 1 ano
Na cúpula do G7, realizada no Japão neste domingo (21), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), proferiu um discurso abordando questões críticas. Lula expressou sua crítica à ineficácia da Organização das Nações Unidas (ONU) na prevenção de conflitos e condenou veementemente os ataques na Ucrânia.
Durante a sessão intitulada "Em direção a um mundo pacífico, estável e próspero", na qual estavam presentes todos os países convidados, Lula enfatizou que "os mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos já não são eficientes".
O presidente brasileiro afirmou: "Repudiamos a violação da integridade territorial da Ucrânia", reforçando sua postura antidesarmamentista ao salientar que armas nucleares "não proporcionam segurança", mas sim representam "instrumentos de extermínio em massa que negam nossa humanidade e ameaçam a continuidade da vida no planeta Terra".
Integrantes da cúpula do G-7 deste ano — Imagem: reprodução
Antes de ler seu discurso, Lula improvisou uma observação sobre a necessidade de abordar a questão da guerra na Ucrânia na ONU, mencionando que não havia convocações de reuniões sobre o assunto.
Durante sua fala, Lula ressaltou a importância de que o presidente russo, Vladimir Putin, e todos os países envolvidos no conflito se expliquem perante a ONU.
No Twitter, o presidente enfatizou a necessidade de se falar sobre a paz, mencionando que os combates aumentam o sofrimento humano, causam perdas de vidas e a destruição de lares.
— Lula (@LulaOficial)May 21, 2023
Lula reiterou sua sugestão de reforma do Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, encontra-se "mais inerte do que nunca" - uma declaração já feita durante seu discurso na cúpula no sábado (20).
No discurso deste domingo, o presidente destacou a urgência da reforma, lembrando que as três últimas grandes guerras foram travadas por membros do Conselho de Segurança da ONU.
"Membros permanentes continuam a tradição de engajar-se em conflitos não autorizados pelo órgão. Como resultado, hoje temos um Conselho que não consegue lidar com os problemas antigos, nem com os atuais, e muito menos com os futuros", afirmou Lula.
O presidente ressaltou que o Brasil não tem envolvimento em conflitos com países vizinhos há mais de 150 anos e que o país é signatário de acordos de não proliferação nuclear.
Por fim, Lula chamou a atenção para os conflitos que ocorrem além da Europa, enfatizando a importância de abordar essas questões.
“Israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios precisam de paz. Yemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz. Esses conflitos deveriam receber o mesmo grau de mobilização internacional”, dando especial atenção ao Haiti, que enfrenta problemas em decorrência de “décadas de indiferença quanto às reais necessidades do país”.